A abertura do 1º Selo: a Medalha Missionária

Medalha Missionária

Anjos abrem o primeiro dos três Selos que marcam as aparições em Belo Horizonte: a Medalha Missionária. “O que verá será o símbolo que os levará à vitória. Quem o tiver consigo, com fé e confiança, será como a porta marcada com o sangue do cordeiro”, diz o Anjo da Paz.

13 de outubro de 1992 

Cheguei à Basílica de Lourdes por volta das 15 horas, para que pudesse dar andamento a algumas providências antes do início das solenidades.

A basílica estava repleta de gente. Às 17:10, a imagem de Nossa Senhora de Fátima entrou pela porta principal, enquanto todos cantavam o hino A Treze de Maio. Em seguida, dei início à recitação do Terço, como tenho feito nas terças-feiras. Encerradas as orações, a Santa Missa começou com três sacerdotes no altar: padre Paulo César Araújo, da paróquia do Belvedere, presidia a celebração, e padre Narciso e padre Geraldo concelebravam.

Essa bela manifestação de carinho por Nossa Senhora me deixou emocionado. Além disso, eu estava um pouco apreensivo. O anjo me dissera no dia 22 de julho que no final das treze terças-feiras voltaria, e este tempo se completava hoje. No entanto, nada havia acontecido até ali que me chamasse a atenção.

No momento da consagração, eu de repente senti como se estivesse me afastando da celebração. Ia ficando cada vez mais ausente. Comecei a ouvir uma melodia desconhecida, extremamente agradável, que ressoava do altar-mor. Era como centenas de pessoas cantando. O altar-mor ficou iluminado com uma luz verde e azulada. Ao lado do padre Narciso e do padre Geraldo, formaram-se as figuras de dois jovens com túnicas brancas, exatamente iguais à túnica do anjo que eu tinha visto na madrugada de 22 de julho e na tarde do dia 2 de outubro. Padre Paulo César também começou a brilhar com intensidade. Nisso os dois jovens disseram em uníssono, com voz alta, clara e entoada:

– Nós somos os mensageiros da paz.

A partir deste instante, não pude participar de mais nada, a não ser da cena extraordinária que se desenrolava diante dos meus olhos. Eles continuaram:

– Jesus quer purificar a Igreja e intensificar na América Latina, especialmente em seu país, a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Preste atenção no que vê.

Eu via o padre Paulo César completamente transformado, iluminado por uma luz azulada, erguendo a hóstia: “Isto é o meu Corpo, que será entregue por vós”. A hóstia brilhava como um cristal, irradiando luz em todas as direções. Os dois anjos prostraram-se:

– Senhor, nós vos adoramos, bendizemos e pedimos perdão pelos que não creem.

Nisso outro anjo surgiu ao lado da imagem de Nossa Senhora de Fátima, que estava à direita do altar-mor. Era o mesmo anjo que eu tinha visto no dia 22 de julho.

– Não ofendam mais a Jesus – ele disse –, para que a Igreja neste continente seja marcada com o sinal da paz, sem conflitos nem apostasias. Rezem e refugiem-se na Sagrada Eucaristia, para que tudo isso se cumpra sem sofrimentos. Os Corações de Jesus e de Maria permitiram que vocês conhecessem regras eficazes e necessárias a uma Igreja forte e sem manchas. Trabalhem para que isso não se perca. Eu sou o Anjo da Paz.

Percebi então, por um instante, que terminava a consagração. Toda a maravilha dessa cena me fazia perder completamente a noção do tempo e do que estava acontecendo à minha volta. A basílica parecia ter perdido todo o significado. Os anjos afastaram-se para os lados, e como que por encanto desapareceram. Restou somente o Anjo da Paz, que me disse logo depois:

– O que você verá será o símbolo que os levará à vitória. Quem o tiver consigo, com fé e confiança, será como a porta marcada com o sangue do cordeiro.

Então eu vi o seguinte.

Uma enorme serpente negra se agitava, como se estivesse acuada. Seus olhos brilhavam, vermelhos como sangue, dando a impressão de que ela estava presa e tentava soltar-se. Às vezes abria a boca, deixando aparecer uma língua fina e comprida, e dois dentes enormes. A cabeça girava desordenadamente. Ela olhava toda a cena. Havia terror e ódio no seu olhar, que de tempo em tempo se fixava em mim. O anjo me tranquilizou:

– Não tenha medo. Os Corações de Jesus e de Maria são o seu refúgio.

Em seguida, no espaço logo acima da serpente, uma letra M começou a formar-se com traços finos e brilhantes, dourados como ouro polido. A parte central do M, com a ponta afiada, penetrou a serpente como uma lança, e ela se contorceu enraivecida. Deste M vi brotar um lírio de extrema brancura, que logo começou a brilhar, espalhando centenas de estrelinhas pelo ar. Elas seguiram se espalhando até formarem um círculo, emoldurando toda a cena. Doze estrelas maiores destacaram-se na parte superior do quadro, e uma frase luminosa surgiu embaixo:

Os servos de Maria terão segurança

Logo depois, essa cena começou a girar de mansinho, aos poucos dando lugar a uma outra, no seu verso. Era como se uma cortina as separasse. Do outro lado, um coração pulsava e brilhava intensamente, como um cristal vermelho, e uma frase dourada resplandecia embaixo:

Por fim o meu Coração Imaculado triunfará

O anjo então concluiu:

– Este é o símbolo com o qual este continente terá segurança. Aos marcados com este sinal, as tentações do Mal não terão sucesso. Faça com que todos o conheçam.

Dito isto, toda a cena desapareceu, e pude perceber que se iniciava a comunhão. Levantei-me com dificuldade para recebê-la, fazendo o possível para não deixar transparecer a minha perplexidade diante do que tinha presenciado. Receava que, com a igreja lotada, qualquer manifestação minha a respeito pudesse causar tumulto. Resolvi, então, que depois da celebração viria ao escritório escrever o que havia visto, para não correr o risco de esquecer de nada, enquanto a cena estava clara na minha memória.

Que Jesus e Maria me ajudem, para que tudo o que está escrito aqui seja a expressão exata do que vi.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Três Anjos abrem o 1º Selo: A Medalha Missionária. In: LEMBI, Francisco. Diálogos com o infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 25.

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