IX- A revelação do Terceiro Segredo de Fátima: encontro com o Papa Bento XVI em 2010

Raymundo Lopes se encontra com o papa Bento XVI em Castel Gandolfo. Neste encontro foi revelado o texto original do Terceiro Segredo de Fátima, adulterado na publicação realizada pelo Vaticano no ano 2.000.

A carta que se convencionou chamar de “Terceiro Segredo de Fátima”, redigida pela Irmã Lúcia em janeiro de 1944, relata a visão que os três pastorinhos tiveram em Fátima no dia 13 de julho de 1917. Em seu Dicionário de “Aparições” da Virgem Maria, o Padre René Laurentin conta que o Bispo de Leiria recebeu o envelope lacrado contendo o segredo no dia 17 de junho de 1944, e em seguida o encaminhou ao Santo Ofício. Nesta época, Lúcia passou a afirmar que o segredo deveria ser revelado ao mundo pelo Papa que estivesse no Vaticano a partir de 1960. Ainda segundo o dicionário, o Papa João XXIII requisitou o manuscrito ao Santo Ofício em agosto de 1959. Porém, após uma leitura junto de seus colaboradores mais próximos, João XXIII decidiu lacrar novamente a carta de Lúcia e guardá-la em um de seus arquivos. O Terceiro Segredo permaneceria desconhecido, pelo menos em parte, por muitos anos.

No dia 13 de maio de 2000, durante a missa solene presidida por João Paulo II em Fátima, o Cardeal Ângelo Sodano anunciou que o Terceiro Segredo seria finalmente publicado. O Cardeal Joseph Ratzinger fora o encarregado de interpretá-lo, ao passo que o Cardeal Tarcísio Bertone estava incumbido de editá-lo e apresentá-lo historicamente. No dia 26 de junho de 2000, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou o documento A mensagem de Fátima, em que se apresentou o Terceiro Segredo com a seguinte redação:

” JMJ

A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria – Fátima.

Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.

Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n’uma luz emensa que é Deus: ‘algo semelhante a como se vêem as pessoas n’um espelho quando lhe passam por diante’ um Bispo vestido de Branco ‘tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre’. Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n’êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.

Ainda-1944/03/01 “

A publicação do Vaticano causou polêmica ao redor do mundo. A autenticidade do segredo foi contestada apaixonadamente por alguns grupos. Os questionamentos apontavam sobretudo a interpretação que identificava o assassinato do “Bispo vestido de Branco” com o atentado contra o Papa João Paulo II em maio de 1981. Eis as inexatidões materiais que o Padre René Laurentin elenca em seu dicionário: “O ‘Bispo vestido de Branco’, que Lúcia pressente ser ‘o Santo Padre’, atravessa uma cidade em ruínas: no momento do atentado de 13 de maio de 1981, João Paulo II circulava pela suntuosa cidade do Vaticano. O segredo situa o atentado sobre uma montanha, mas o Papa circulava sobre a praça de São Pedro. Nada de ‘grande Cruz de troncos toscos’. O Papa não estava ‘trémulo’, mas na plenitude de suas forças. Ele não caminhava ‘com andar vacilante’, etc. Estava de pé, sendo aclamado dentro do papamóvel. Não havia subido nem se prostrado no ‘cimo do monte’. Ele não foi ‘morto’; foi apenas gravemente ferido. Não se tratou de tiros de ‘um grupo de soldados’, mas de um único civil, assassino contratado. Nada de ‘flechas’, nada de ‘outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas’ mortos junto com ele. Não se viu nem ‘Cruz’, nem ‘dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão’, a recolherem ‘o sangue dos Martires’. João Paulo II foi a única vítima na praça de São Pedro.” Os questionamentos abordaram muitos outros pontos, inclusive com acusações de falsificação documental. Ainda hoje existem apostolados fatimistas que peticionam ao Papa tanto a consagração da Rússia ao Coração Imaculado como a revelação completa do Terceiro Segredo.

A história que desvelaria a verdade sobre o Terceiro Segredo teve início no dia 18 de novembro de 2009. Raymundo Lopes se encontrava no Rio de Janeiro quando recebeu um telefonema de Dom Giovanni, o Bispo com quem mantém amizade e trabalha no Vaticano. Dom Giovanni fora incumbido pelo próprio Papa Bento XVI de intermediar um encontro sigiloso com Raymundo em Castel Gandolfo. No dia 26 de novembro, Raymundo atendeu outra ligação, desta vez de um Sacerdote orionita, que lhe assegurou estadia na casa de sua congregação em Roma. E por fim, na Catedral da Boa Viagem, em Belo Horizonte, um Padre italiano chamado Albino confirmou o encontro para o dia 17 de agosto, às 17 horas de Roma.

Dias depois, Raymundo procurava uma chave na Capela Magnificat, em Nova Lima. Estava confuso e temeroso diante dos últimos acontecimentos. Neste momento, Nossa Senhora apareceu-lhe na sacristia da Capela. Estava sentada em sua poltrona, como de costume. Depois de infundir-lhe paz com sua presença serena e imaculada, Ela o preveniu:

– Você estará diante do mais influente católico. Você estará diante do racionalismo, e por isso meus contatos anteriores viram ruir por terra meu pedido de anúncio do retorno de meu Filho à terra, reclamando o elo perdido no Paraíso. Em agosto, sua razão deverá estar intimamente ligada às coisas do espírito, porque o poder católico estará diante de você, revelando-lhe coisas que pedi no passado e pedindo-lhe explicações sobre o presente, que somente você poderá fornecer. Lúcifer estará raivoso pela razão, e minha mediação, somente com o que já lhe passei, pode surtir efeito no âmbito espiritual. Se você falhar, eu falharei, e meu Filho estará entre vocês sem nenhum amparo da Igreja Católica. Será o caos, porque o mundo não poderá compreender a graça recebida. Como devo lhe esclarecer, você corre o perigo de ser desacreditado, vilipendiado, enganado. Correrá esse risco por mim?

Raymundo não negaria um pedido de tão doce Senhora, e chegou a Roma no dia 15 de agosto de 2010. Na data prevista para o encontro, dia 17 de agosto, Dom Giovanni apareceu com um motorista para buscá-lo.

Em Castel Gandolfo, eles passaram por várias verificações, guaritas e senhas. Descendo do carro, Raymundo foi conduzido a uma bela sala, onde distinguiu uma estátua em mármore que parecia de São Miguel. Enquanto aguardava, Dom Giovanni o tranquilizou dizendo que o Santo Padre falava português. Em seguida Raymundo foi transferido a outra sala, onde ficou sozinho.

Minutos depois, o Papa Bento XVI entrou pela porta. Vestia uma batina branca, e trazia um envelope na mão.

Após um cumprimento cordial, os dois se sentaram. O Papa então perguntou:

– Fui informado de que você tem outro nome: Daniel. Isso é verdade?

(…)

– Acredite ou não, são meus amigos, que as pessoas falam tratar-se de Anjos, e Nossa Senhora que me chamam de Daniel, mas meu nome de batismo é Raymundo.

A conversa prosseguiu com assuntos variados. Em particular, cumpre mencionar que falaram sobre o incidente de 2007, quando Raymundo lhe entregara milagrosamente a cruz de São Bento no Vaticano.

– Você imagina o que tenho nas mãos? perguntou o Papa.

– Não senhor.

– Nossa Senhora não lhe falou nada a respeito?

– Não senhor; não falou nada.

– Então, devo presumir que vou lhe oferecer uma surpresa.

O Papa então retirou alguns papéis do envelope, e os entregou a Raymundo.

– Estarei de volta dentro de 10 minutos, disse em seguida, e deixou a sala.

Sozinho com os papéis, Raymundo tinha a vista embaçada. Estava confuso e não sabia como se concentrar. Angustiado, pediu ajuda a Nossa Senhora, e neste momento ouviu uma voz: “Leia, mas é necessário que leia com atenção. Procure visualizar, e guarde tudo em seu intelecto. A Virgem Maria está a seu lado, para que você se lembre de tudo depois e escreva.”

Eis o que estava no manuscrito:

” JMJ

A terceira parte do segredo revelado a 13 de julho de 1917 na Cova da Iria – Fátima.

Escrevo, em acto de obediência a Vós Deus Meu, que mo mandais por meio de Sua Ex.cia Rev.ma. o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e Minha Santíssima Mãe.

Depois das duas partes que já expus, Nossa Senhora disse: ‘Farei brotar, em terras brasileiras, um homem assistido por mim, cujo nome lhe chamaremos Daniel, para anunciar aquilo que venho ensistindo há varios séculos: o retorno de meu Filho, no tempo de vocês, não através dos meios comuns, mas através de meios naturais que afetarão em muito o pensamento das pessoas. Vocês conviverão com Ele através do pensamento comum. Este é meu último aviso, porque esse acontecimento está prestes a acontecer. Esse anúncio deverá ser feito pela Igreja, na pessoa do Santo Padre que estiver no Vaticano a partir de 1960. Se o Santo Padre não proceder da forma que anuncio, esse acontecimento se dará com as dores já anunciadas, e a cristandade sofrerá muito. Meu Daniel estará com o Santo Padre escolhido por mim no ano de 2004, portando uma imagem minha venerada em terras brasileiras. Ele reconhecerá meu sinal. Farei, obedecendo ao Senhor Deus, que esse homem esteja em terras Vaticanas no período de 2010, a convite do Santo Padre que estiver no poder, e esse Papa mostre a ele meus propósitos. Somente o Santo Padre poderá julgar se mantém ou não meu pedido que reflete a vontade de Deus, para que esse anúncio seja feito até 2012; caso contrário, virão as dores anunciadas.’ Depois vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um Anjo vermelho com uma espada de fôgo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo, apontando com a mão direita para a terra, em voz forte, disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz emensa que é Deus – algo semelhante a como se vêem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante – um Bispo vestido de Branco, ‘tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre’, varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande cruz de troncos toscos, como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo, com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás dos outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz, estavam dois Anjos, cada um com um regador de cristal em sua Mão, nas cores amarela e azul, neles recolhiam o sangue dos Martires e com ele regavam as almas dos que se aproximavam.

Ainda-1944/03/01 “

À medida que lia o manuscrito, uma voz seguia repetindo as palavras a Raymundo.

Depois de alguns minutos, a porta se abriu. O Papa estava de volta.

– Leo?

– Sim. Isto.

– Sabe de quem era?

– Pressinto.

– Pressente o hometown?

– Era da Irmã Lúcia?

– Sim, dela mesma.

– Você é o personagem a quem ela se refere?

– Senhor Papa, seria muita pretensão minha achar que Lúcia estaria se referindo a mim! Aqui fala Daniel, e eu não me chamo Daniel! exclamou Raymundo, mas desta vez mais calmo.

– Não achei isso desta forma, porque estou propenso a acreditar que esse Daniel é você, disse o Papa.

– O homem de branco era o Papa João Paulo, então!

– Não, não era João Paulo. Tenho certeza disso, e ele também tinha. Isso ainda não aconteceu, mas acho que está prestes a acontecer.

– O Senhor irá fazer esse anúncio, conforme Lúcia escreveu?

– Não sei… não posso… não devo, respondeu o Papa em voz baixa, inclinando-se para a frente.

– Por quê? perguntou Raymundo angustiado.

– Porque esse anúncio acarreta uma correspondência de valores e costumes cristãos, que poderá levar o mundo a uma situação de vigilância sob um aspecto que pode ainda durar anos. Muitas pessoas poderão interpretar erroneamente esse anúncio, e a Igreja será afetada.

– Afetada como? Com o retorno de Jesus?

– O retorno de Jesus se dará com o consentimento ou não da Igreja, mas o comportamento humano, diante desse anúncio, poderá ser interpretado pelo contingente católico, e de outras Igrejas coirmãs, e manipulado pelo diabo, para que a fé se transforme no dragão do mal. Não desejo ser a pessoa dessa responsabilidade.

Cartão entregue pelo Papa Bento XVI a Raymundo Lopes
– Por que me mostra isso, então?

– Porque quando você esteve com o meu antecessor, ele o reconheceu como sendo o homem da mensagem de Fátima. Depois, ele me confidenciou esse encontro e me incumbiu de o levar ao seu conhecimento.

– O Senhor falou com o meu Bispo?

– Isso não é assunto de Bispo; é assunto de Papa, respondeu sorrindo.

– Não foi isso que leu em Fátima!

– Não, não foi. Alteramos a mensagem, na esperança de que o Daniel se pronunciasse de alguma forma; e isto aconteceu quando esteve na Praça de São Pedro, com meu antecessor.

– E aí?!

– E aí ficamos esperando o milagre; foi quando me viu e me entregou a cruz no corredor de meus aposentos, acompanhada dos seus escritos.

– Dom Giovanni sabe disso?

– Pouco, mas participa disso de alguma forma.

– O senhor deseja saber mais alguma coisa sobre mim?

– Não acho necessário; o que sei é o suficiente. A Igreja não pode nem deve se envolver oficialmente com revelações que não sejam aquelas descritas no Evangelho, sentenciou Sua Santidade.

Em seguida, Bento XVI pediu os papéis de volta.

– Ficarão guardados para o meu substituto.

– Mas Nossa Senhora espera do senhor esta revelação!

– Espera? Ela não pode esperar, de um ser humano fraco, uma decisão tão forte dessas. Eu não posso e não farei um pronunciamento desse.

A decisão estava tomada.

Pouco depois, Raymundo e Bento XVI se despediram. O Papa também dava adeus à responsabilidade que lhe fora confiada no Terceiro Segredo de Fátima.

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