Deus criou o Anjo da Luz e o Homem à Sua imagem e semelhança

Mt 20, 1-16

Neste Evangelho Jesus conta a parábola dos operários da vinha. Na verdade, faz aqui um discurso sobre o Reino de Deus, a economia e a criação de Deus.

Naquela época os judeus encontravam-se subjugados pelo poder romano, que não queria tirar-lhes a religiosidade que tinham, por saber que se tocasse nessa questão provocaria uma revolta geral e não conseguiria submetê-los à escravidão financeira.

Os judeus aguardavam ansiosos pela vinda do Messias. Esperavam um Deus que viesse livrá-los do domínio romano. O Reino de Deus, para eles, era isto. Eles não entendiam, realmente, o que era a criação de Deus. Foram eles que fizeram a Jesus a pergunta sobre o Reino dos Céus. E Jesus aproveitou a oportunidade para lhes revelar a economia celeste, como Deus age, o que vê, o que construiu para nós. Jesus lhes passava aquilo que os primeiros livros das Sagradas Escrituras falavam, e eles não entendiam.

Para compreendermos melhor este trecho, voltemos ao início da Bíblia, no Gênesis. No princípio Deus criou o céu e a terra (o universo ordenado). No primeiro dia criou a luz, depois continuou Sua criação. No final, no sexto dia, criou o homem, dizendo: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" (alusão à Trindade). E no sétimo dia descansou.

Na verdade, o primeiro contratado dessa vinha do Senhor, em toda a economia da criação, era aquele que tinha a Sua imagem e semelhança, que também era Seu súdito: o "anjo da luz" – Lúcifer –, que representava a primeira fase da criação, da qual se destacava por seus dons e beleza. Deus criou a luz, o ser perfeito, que tinha o Seu discernimento, que é luz, a luz do conhecimento. Lúcifer foi, portanto, o primeiro contratado da vinha.

No sexto dia, último da criação, Deus criou o homem. Vimos que Ele criou, antes, Lúcifer e os anjos. E o último contratado, no final da criação, foi mesmo o homem. E Deus quis dar a este o mesmo que deu a Lúcifer e aos anjos: o discernimento.

Aquele que contratou os operários prometeu pagar-lhes uma moeda de prata (um denário), por dia, pelo trabalho em sua vinha. Aos outros contratados, disse: "Ide, também vós, para minha vinha e vos darei o justo salário". Isto é, pagaria o que achasse justo, afinal tinha o direito de fazer a sua vontade com o que era seu. Isto quer dizer: Deus paga com a Sua justiça. Ao "anjo da luz", criação do primeiro dia, e ao homem, criação do último dia, Deus quis pagar o mesmo. Aí está a Sua justiça.

E aconteceu o que sabemos: o "anjo da luz", não concordando ser igualado àquele último contratado, questiona a Deus: Mas, por quê? Eu trabalhei de sol a sol, fui o primeiro a ser criado, e no final o Senhor vai pagar ao último o mesmo que a mim? O Senhor vai dar a essa criatura, o homem, o mesmo que me deu? Isto não é justo!

E Deus como que responde: Você está com ciúme, acha isto injusto, mas o dom é meu. Eu o distribuo conforme minha vontade. Eu quero dar ao homem o mesmo que lhe dei: o poder do discernimento, do conhecimento. Quero fazer dele, também, herdeiro do meu Reino.

Daí a sua revolta, alimentada pela soberba, o levou à expulsão do Paraíso, com os anjos que o seguiram.

E é por isso que o "anjo da luz", Lúcifer, tenta o homem, para que peque e quebre a sua unidade em Deus, trazendo sobre si o descontentamento do Senhor, e assim ser deserdado, privado de Sua economia, subtraído de Suas mãos e subjugado às suas próprias, ao poder do Inferno.

Deus, então, manda à terra o Filho, Jesus Cristo, que também é o Senhor da Lei. Ele é quem paga às pessoas.

Jesus falava aos homens da Lei, o que é a criação de Deus, o que Ele faz para a economia do infinito. Fala da dignidade conferida ao homem. No sexto dia da criação, Deus quis dar àquele último contratado, o homem, o mesmo que deu ao primeiro contratado, Lúcifer.

Jesus termina com uma frase interessante: "Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos". É um circuito fechado entre o discernimento humano e o discernimento angélico de Lúcifer. As duas partes que Deus criou encontram-se fechando o circuito.

Com a criação do homem, encerra-se o círculo da criação da terra, o círculo do discernimento, do pensamento, da intelectualidade. Deus fecha ali tudo que criou, do "anjo da luz" ao homem.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Deus criou o Anjo da Luz e o Homem à Sua imagem e semelhança: Mt 20, 1-16. In: LEMBI, Francisco (Org.). O Código Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 68.

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