Raymundo à Terra Santa, onde recebe instruções dos três arcanjos. “Se você não se desvencilhar dos seus raciocínios, abrirá uma brecha enorme ao Diabo, para que tudo o que lhe anunciamos caia nas raias do racional. E quando tudo estiver pronto para o retorno de Jesus, grande parte do que lhe anunciamos ficará perdido”.
24 de março de 2008
Mais uma vez a irmã Gertrudes é protagonista da minha saída de Belo Horizonte, numa viagem que à primeira vista parecia completamente sem propósito.
Desta vez o destino foi a Terra Santa, com passagem em Lourdes. Uma epopeia para pessoas novas e uma temeridade para mim, eu que estou às vésperas de completar 70 anos de idade.
Como desde 1992 ando ao sabor das ondas da minha fé em Jesus e Maria, com toda certeza acreditei que havia por trás disso tudo algum desejo do Céu, que me passaria as últimas lições para que eu fosse ao encontro de Deus na eternidade.
No período de planejamento da viagem, muitas vezes entrei na capela pedindo a Jesus e Maria um sinal, se possível, que me desse a certeza de que era da vontade deles que eu fizesse essa viagem. Mas o silêncio me intrigava, dando a impressão de que os meus atos, as minhas palavras haveriam de ditar os caminhos a seguir.
Resolvi então me deixar levar pelas circunstâncias, fazendo apenas uma exigência: que a minha esposa fosse comigo, porque um percurso desse, sem o amparo da presença dela, me seria impossível.
Tudo se arranjou e embarcamos no dia 24 de março, com destino ao “desconhecido”.
Em São Paulo conhecemos o restante do nosso grupo, e tive a primeira experiência quanto ao que me esperava. Entrei num pequeno espaço ecumênico do aeroporto e lá vi, assentados nas primeiras cadeiras, os meus queridos amigos. Eles logo me disseram:
– Conhecerá e viverá por que vocês necessitam de uma reviravolta na fé. A serena Senhora lhe acompanhará os passos, e você experimentará na pele o porquê de tanto afastamento aos intuitos de Jesus, apesar de um aparente procedimento cristão. Caminhará sozinho consigo mesmo. Terá apenas dois encontros com Jesus Sacramentado nestes dias. Esperamos que volte ciente de que Jesus deseja que o adoremos em sua presença eucarística, e não em peregrinações inúteis a locais onde impera apenas o comércio da fé e não o caminho da lembrança do que foi a sua estada entre vocês.
– Estamos acompanhados de um sacerdote – respondi. Ele possivelmente celebrará Missas, e acredito que serão mais de duas; vou perdê-las?
– Caminhará sozinho. A serena Senhora deseja que esta experiência seja somente sua. Verá, sem a interferência de outros, por que proliferam dúvidas religiosas no mundo.
Fiquei pensando: “Será que a Geny não vai embarcar? Será que vai acontecer alguma coisa com ela?” Porque os arcanjos disseram: “Caminhará sozinho.” Não entendi.
De São Paulo a Milão foi uma viagem tranquila. Chegando à Itália, um imprevisto: o sacerdote que nos acompanhava foi impedido de continuar a viagem, porque o seu passaporte estava sem o visto para a Europa. Pensei em ajudá-lo, pois conheço um pouco de alfândega, por já ter trabalhado em aeroportos, quando então escutei nos meus ouvidos:
– Afaste-se daqui, não interferirá.
Vi tudo acontecer de longe e rezei para que tudo corresse bem.
O meu intuito na França era estar com o padre René Laurentin, talvez pela última vez, pois ele se encontrava praticamente cego e já com quase 90 anos de idade. Em Paris, procurei entrar em contato com madame Pinheiro, para que através dela pudesse falar com o padre René. Fui à casa dele acompanhado da minha esposa, no carro de madame Pinheiro e do seu esposo.
Lá chegando, outro imprevisto: o padre René estava agendado com outra pessoa e não podia me atender. Foi quando entraram em ação os “meninos”, que foram me indicando:
– Não vá embora, insista.
– Suba as escadas, o padre René está lá em cima.
E assim por diante.
Não deu outra, o padre René me atendeu, Conversamos e gravamos a entrevista.
Os garotos permaneceram ao meu lado o tempo todo, enquanto a minha esposa tirava fotos. Depois, falei ao anjinho que esteve comigo no México1:
– Tiramos fotos e vocês vão sair nelas.
Ele me respondeu:
– Não vamos não, essas fotos não vão ser reveladas.
No percurso, depois de examinarmos a máquina, verificamos que estava com o chip danificado. Perdi então as fotos com o padre René.
Depois fomos para Lourdes. Uma viagem agradável, mas muito longa. Na primeira noite nessa cidade, eu estava na gruta, quando vi ao meu lado os garotos.
– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei.
Eles apenas apontaram para a gruta. Olhei, e vi ao lado da gruta um castiçal grande de velas, a figura de Nossa Senhora e de muitas pessoas que apagavam as velas acesas com as mãos. Perguntei-lhes o que significava aquilo. Eles não me responderam, somente me pediram que guardasse na memória o que estava vendo.
Depois de alguns dias, fomos para o Egito, e lá não percebi nada de anormal.
Ao entrarmos no território de Israel, procurei prestar atenção em tudo, mas percebi que ali não encontraria nada que pudesse me ensinar algo sobre o real motivo da minha viagem à Terra Santa.
Em Jerusalém, na primeira noite no hotel, acordei com os meninos ao meu lado e a minha esposa dormindo calmamente. Perguntei-lhes:
– Meu Deus, o que vocês estão fazendo aqui?…
– Viemos para lhe trazer algumas coisas sobre o Senhor Jesus.
– Que coisas?… Acho que vocês já me disseram tudo, de 1992 para cá.
– Não, faltam algumas que a Mãe do Grande Mestre deseja que falemos. Você já pensou nas tristezas do Senhor Jesus?
– Não, não pensei, e acho que Jesus não ficava triste.
– Por que você acha que Ele não ficava triste?
– Porque Ele é Deus, e Deus não fica triste…
Eles então pediram que me dirigisse para uma pequena varanda no quarto, onde tinha uma cadeira. Assentei-me na cadeira e eles no chão. Então continuaram:
– Quando o Senhor Jesus ainda se encontrava no ventre de Maria Santíssima, pôde experimentar a sua primeira tristeza ao perceber que José, seu pai adotivo, não pôde acreditar nas palavras da Grande Mãe dizendo ser o filho que esperava uma obra de Deus num corpo ainda virgem, intocado. Jesus, ainda fazendo parte do corpo da Bem-Aventurada, experimentou uma profunda tristeza. Foi necessária a interferência divina para que José acreditasse; caso contrário, pelo racional, José abandonaria Maria (Mt 1,19).
– Teve outras? – perguntei.
– Sim, teve muitas outras. Podemos continuar a contá-las?
– Podem, a minha esposa está dormindo profundamente e temos tempo para conversar…
– Quando a doce e serena Senhora teve que abandonar tudo e partir para o Egito, Jesus entristeceu-se vendo sua Mãe pronta para uma longa caminhada para salvá-lo da fúria do poder reinante (Mt 2,13).
– Interessante, nunca pensei nisso. Foi uma loucura José levar Maria para o Egito…
– Foi somente depois que lhe avisamos do perigo que José determinou a viagem.
– Jesus ficou triste?
– Sim, ficou, porque mais uma vez José não percebeu que tinha nos braços um Deus e que era necessário salvá-lo a qualquer custo.
– Mas Jesus é Deus, não precisa fugir!…
– No reino em que vive, quis Deus que fosse assim. Ele desejava que José, por livre e espontânea vontade, pressentisse o perigo.
– Mas José não sabia de nada?
– Sabia, mas acreditou que Maria e Jesus não corressem perigo.
– Tem mais?
– Quando Jesus percebeu, em sua divindade, a fúria de Herodes, ficou imensamente triste devido à grande quantidade de crianças assassinadas por sua causa. Jesus teve dias de uma profunda tristeza (Mt 2,16).
– Deve ter sido uma tristeza enorme, mas Jesus poderia ter salvado as crianças.
– Não, Jesus deixou que a ordem humana tomasse rumo e escrevesse a sua própria história. Jesus foi levado ao deserto pelo Espírito Santo e, depois de quarenta dias, o Diabo fez com que uma tristeza enorme tomasse conta de Jesus, tentando-o (Mt 4,1-11). Quando trouxeram a cabeça de seu primo João a Herodes, Jesus ficou tremendamente triste com o acontecido e afastou-se dos demais para rezar por João (Mt 14,8). Quando Jesus precisou ir a Jerusalém, sabendo o que o aguardava, uma tristeza enorme tomou conta do seu coração. Jesus sofreu com isto (Mt 16,21).
– Por que vocês estão me contando isso?
– Porque você precisa saber. A doce e serena Senhora deseja que participe desses momentos tristes de Jesus.
– Bem, se Nossa Senhora deseja isso é porque será de alguma valia para mim. Vamos continuar contando?
– Jesus, quando profetizou sobre o templo, isto foi feito com uma grande tristeza (Mt 24,2). Ao estar próximo da Páscoa, Jesus sabia que seria entregue nas mãos dos poderosos. Uma tristeza invadiu o seu espírito (Mt 26,1). E quando mostrou aos apóstolos quem o trairia, também ficou triste (Mt 26,23). E Jesus pediu aos seus amigos que ficassem com Ele, porque uma tristeza enorme tomava conta do seu íntimo. Isto foi pedido com muito sofrimento (Mt 26,37). E Judas o traiu com um beijo, o que causou tristeza a Jesus (Mt 26,48). E depois todos abandonaram Jesus e fugiram. O Mestre ficou triste devido à covardia dos seus amigos (Mt 26,56). Pedro nega Jesus. Pedro nega Jesus pela segunda vez. Pedro nega Jesus pela terceira vez (Mt 26, 70.72. 74). E finalmente a tristeza de Jesus chegou ao cume, quando Judas não se arrependeu (Mt 27,5) e depois jogou o dinheiro da traição no Templo e se enforcou (Mt 27,26).
– Nossa, nunca pensei nisso. Fazemos sempre a Via-Sacra, mas pensar nas tristezas de Jesus nunca me passou pela cabeça.
– Jesus teve momentos de tristeza que devem ser meditados – eles disseram.
O resto da noite os meninos não me deixaram dormir, foram embora quando já amanhecia. Neste tempo eles repassaram comigo todos os meus erros até aquele momento.
Já pela manhã, seguimos rumo a Jerusalém. Uma coisa curiosa aconteceu no Santo Sepulcro. Vi uma senhora muito nervosa com um pedaço de pano na mão, dizendo a todos que o iria passar no sepulcro de Jesus de qualquer forma. Empurrava a todos e abria caminho aos trancos e barrancos rumo ao sepulcro.
Quis a Providência que, neste exato momento, eu também entrasse e a visse nervosa esfregando o pano no mármore, com toda a força.
– Por que você faz isso? – perguntei.
– Porque isto é para a comunidade em que vivo; será uma relíquia, vamos guardar este pano com muito carinho.
– Por quê?…
– Ora, porque foi passado no túmulo de Jesus!…
– Mas Ele, aqui, esteve morto. Por que você não passa esse pano no sacrário da comunidade onde vive? Lá Ele está vivo, não acha?…
Ela me olhou com espanto, e desatou a chorar. Jogou o pano fora e saiu dali às pressas, muito conturbada.
Eu fiquei também assustado com a minha atitude. Mas achei que Deus se valeu de mim para dar uma lição naquela mulher.
Quando saí da basílica do Santo Sepulcro, vi os meninos brincando na pequena praça com uma espécie de coroa de espinhos. Quis me aproximar deles, mas eles fugiram. Depois não os vi mais.
Na volta, de retorno ao hotel, tive uma surpresa. Uma missionária que estava conosco achou no canteiro uma coroa de espinhos e me presenteou com ela. Eu me assustei e discerni que era a mesma coroa com a qual os meninos estavam brincando na praça do Santo Sepulcro.
O resto correu sem maiores acontecimentos.
No dia seguinte seguimos para a Galileia. E foi na beira do lago que tive com os meninos um diálogo que me conturbou profundamente.
A conversa correu de forma que os três falavam e davam uma pausa, e assim foi até o final. Estava sentado em uma pedra, esperando que o nosso grupo arranjasse o barco que nos levaria lago adentro, quando percebi ao meu lado os três meninos, dois à minha direita e um à esquerda. Fui logo perguntando:
– O que vocês estão fazendo aqui? Por que fugiram de mim na praça? Que presente foi aquele que recebi no hotel?
O da esquerda disse:
– Estamos aqui para lhe mostrar que é necessário crer naquilo que anunciamos. Não fugimos de você, e aquele foi o nosso presente, para que o ponha na cabeça quando a dúvida tomar conta do seu coração.
– Vocês acham que eu vou colocar na minha cabeça uma coroa de espinhos?…
– Achamos, quando terminar a nossa conversa.
– Que conversa?…
– Quando anuncia, através dos evangelistas do Mestre, o seu retorno, como pensa que isto se dará?
– Não penso nada, falo aquilo que percebo no Evangelho, e isto me basta.
– Você pensa em como Jesus retornará?
– Penso, por que não?…
– Como?
– Onde vocês querem chegar?
– Queremos que você admita que os seus pensamentos racionais interferem no seu intelecto, e a sua vida espiritual encontra-se em perigo.
– Perigo?… Como assim?…
– Fala de uma forma e pensa de outra.
– Não entendi…
– Quando anuncia a vinda do Mestre à Terra pela segunda vez, você o anuncia de uma maneira espiritual, mas o seu pensamento está voltado para o racional do que anuncia, não é?
– Isto talvez seja produto do meio em que vivo, com tanta gente anunciando besteiras, sem nenhuma base teológica, marcando datas e nada acontecendo, se valendo de trechos bíblicos sem nenhuma autoridade, com o intuito de tão-somente ganhar alguns trocados com as vendas dessas informações. Isto faz com que o meu espírito entre em conflito com o que anuncio e com o que vivo.
– Não tem fé nas revelações da doce Senhora e nas nossas?
– Fé?… Eu vejo Nossa Senhora e vejo vocês, todos falam comigo. Amasso um pão difícil de engolir, todos me perseguem… Me pus a descoberto com o que vocês me falaram a respeito da vinda do Senhor Jesus, e escutei tudo o que Nossa Senhora me revelou a respeito das aparições dela em Lourdes, Paris e Portugal. Quase fui linchado no México, e ainda me pergunta se tenho fé?…
– Perguntamos. Tem fé naquilo que escuta de nós?
– Bom, fé eu tenho. Mas às vezes me batem uns problemas para os quais não acho resposta.
– Qual?
– Jesus.
– O quê? – eles insistiram.
– Ele retornará em corpo, como nós, e vai dirigir a Igreja, o papa, os cardeais, os bispos e os padres; e o que vai ser deles? Vão todos ficar sem as suas funções?
– Estas e outras indagações não foram para a nossa esfera angélica e nem para a alma de vocês. Simplesmente não pensamos nisto, apenas cremos que o Mestre retornará. O método será o dele e não nos cabe racionalizar sobre isto. Existe entre o Céu e a Terra uma imensidade de coisas que não correm à beira do caminho racional.
– Mas, se penso com o meu cérebro, não peco, porque procuro não intervir em palavras e atos com as minhas dúvidas. Faço tudo o que vocês me pedem.
– Você anuncia que ninguém dá o que não tem, não é?
– É, falo isso.
– Então por que tenta dar o que não tem?
– Não entendi…
– Por que tenta fazer o que lhe pedimos, se no seu íntimo existe uma luta intensa que o impede de dar à sua convicção aceitar o retorno de Jesus com o método dele? Isto lhe basta?
– Sinceramente, não.
– Você não proclama que Jesus andou sobre estas águas?
– Claro…
– Por quê?
– Porque está escrito no Evangelho.
– Acredita nisso?
– Sinceramente, acredito.
– Não é a história da Igreja esse fato?
– Sim, é a história da Igreja. E ali mostra que Jesus retornará.
– Então, se você não se desvencilhar dos seus raciocínios, abrirá uma brecha enorme ao Diabo, para que tudo o que lhe anunciamos caia nas raias do racional. E quando tudo estiver pronto para o retorno de Jesus, grande parte do que lhe anunciamos ficará perdido. O demônio estará com as rédeas do seu intelecto nas mãos e vocês não poderão receber o Grande Mestre com a luz de suas lâmpadas, porque elas estarão apagadas e não poderemos ajudar a acendê-las. Será tarde demais. O grande ardil do demônio é alimentar o seu raciocínio com coisas terrenas, e nós estamos lhe falando sobre coisas do Céu, compreende?
– Compreendo, vocês desejam que eu não questione o retorno de Jesus, não é isso?
– Se você não se adentrar pelos caminhos espirituais, o seu testemunho será como o da Igreja: engavetou o pedido da amada Senhora, porque teve medo de que isto não se realizasse. Você, no íntimo, está fazendo o que os papas fizeram, com a diferença de que eles agiram racionalmente e você cria no seu íntimo uma dúvida que, sem que você perceba, irá interferir no que fala. Nós o trouxemos aqui, à beira deste lago, para que possamos adverti-lo, porque desejamos que Deus continue confiando em você.
– Deus confiar em mim? O racional é confiarmos nele.
– O racional é, mas é necessário conquistar primeiro a confiança de Deus, e esta conquista é espiritual.
– O que vocês desejam de mim?
– Desejamos lhe fornecer o prêmio da perseverança, se for capaz de fazer o que lhe propomos.
– Meu Deus, que prêmio?… Não desejo nada…
– Mande fazer uma carta, que deverá ser oficializada na língua da Igreja, e guarde-a até o ano que vem. Inicie a sua postagem, dirigida ao papa, a partir do dia 1º de janeiro, e será uma por mês, totalizando ao todo 84 cartas, alterando somente as datas, e que este procedimento perdure durante 7 anos.
– O que vou escrever?
– Diga o que sente a respeito da vinda de Jesus e alerte o papa sobre o fato, sem falar sobre visões ou aparições da doce Senhora a você ou a qualquer outra pessoa.
– O papa vai acreditar nisso?… Não; não acreditou nem quando Nossa Senhora apareceu a crianças no passado, vai acreditar em mim?
– Você continua racionalizando as coisas e agora não acredita em nós.
– Meu Deus, vocês me deixam confuso!…
– Faça o que estamos lhe propondo, que terá o Vaticano na porta da Capela Magnificat.
– Vou fazer.
– Deseja colocar a coroa na sua cabeça, agora? – perguntaram-me sorrindo.
– Não, não vou fazer isso. Vou procurar pensar o espiritual e confiar nos métodos de Jesus.
– É, não apague as velas.
– Que velas?…
– As que você viu na gruta de Lourdes. Elas representam a nossa fé, que, sem vacilar, apagamos quando isso vem contra os nossos propósitos racionais. A barca que levará vocês ao meio do lago já está à espera; entre nela e pense bastante sobre a nossa conversa à beira deste lago. Você mesmo disse que Jesus andou sobre essas águas.
– Onde vocês vão?…
– Nós não vamos, nós sempre estamos. Vamos lá, entre no barco.
Entrei no barco e fiquei pensativo durante toda a viagem, meditando sobre a conversa que tive com os “meninos”.
1 Arcanjo Rafael.
Referência: LOPES, Raymundo. Terra Santa. In: LEMBI, Francisco (Org.). Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Magnificat, 2010. p. 199-208.