Raymundo escreve uma carta a Francisco Lembi em que relata um episódio misterioso de sua viagem à Terra Santa. Ele havia copiado duas palavras em hebraico que encontrou meio apagadas em uma gruta do Jardim das Oliveiras. Solicitada a ajuda do guia, ele identificou dois nomes: “Lembi” e “Daniel”.
13 de abril de 2008
Meu prezado Francisco,
Veja só, é apenas uma curiosidade, mas no mínimo estranha!
Quando chegamos a Jerusalém, o guia local nos levou para visitarmos uma gruta no Jardim das Oliveiras onde, segundo a tradição, Jesus reunia os apóstolos e lhes ensinava coisas ocultas do Evangelho.
Lá chegando, fiquei curioso com uma escada que dava para uma pequena saleta onde havia uma mesa de pedra. Na parede, atrás dessa mesa, tinha algumas letras escritas em hebraico, meio apagadas.
Fiquei olhando-as, e me veio a vontade de copiá-las num pequeno papel que trazia no bolso. Não é fácil copiar hebraico, mas na hora não tive nenhuma dificuldade.
Quando chegamos ao hotel, chamei o nosso guia em particular e perguntei-lhe se sabia hebraico, recebendo dele a confirmação de que sabia, e muito bem!
Mostrei-lhe o que tinha copiado e falei da sua origem. Ele começou a rir e me disse:
– Isso não significa nada. Nas letras de cima, está escrito “Lembi”. Não sabemos o que isso significa; até hoje nenhuma autoridade em judaísmo conseguiu entender o significado de “Lembi”. Deve ser alguma ideia de regionalismo que se perdeu. Não significa nada!…
– Não será o nome de alguém? – perguntei.
– Não, não existe em hebraico nada a esse respeito.
– Você pode escrever para mim a palavra “Lembi” em português?
– Posso – e escreveu: “Lembi”.
– E a debaixo? – perguntei.
– Na debaixo está escrito “Daniel”.
Você há de admitir que levei um susto, mas fiquei calado e não falei nada com ninguém.
Referência: LOPES, Raymundo. Raymundo a Francisco. In: LEMBI, Francisco. Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Magnificat, 2010. p. 209-210.