O cardeal Joseph Zen Ze-kiun, bispo emérito de Hong-Kong, fez declarações no passado 13 de maio, durante visita à Alemanha.
Ele falou sobre a Igreja católica chinesa e sobre o medo que os comunistas têm de Nossa Senhora de Fátima, noticiou InfoCatólica.
A respeito da China, o Cardeal focou a corrupção desenfreada instalada no âmago do comunismo chinês.
A degradação moral do Partido, especialmente nas mais altas cúpulas, associada à obediência absoluta aos ditadores, é desoladora.
O atual presidente Xi Jinping chegou a falar contra a corrupção na máquina estatal, mas logo que se apossou dela tudo ficou como antes ou pior.
Mas as pessoas que falam de Direitos Humanos continuam sofrendo repressão, perseguição, humilhações, e acabam condenadas em processos ecoados pela mídia estatal para desanimar as demais.
A direção comunista está em diálogo com a Santa Sé, mas não aceitará nada que não seja a submissão da Igreja ao Partido Comunista, disse.
Ele deu como exemplo o fato de os bispos da “Igreja clandestina” [fiéis a Roma] terem sido constrangidos a receber cursos de formação política durante a Semana Santa, para assim não poderem celebrar os Ofícios para os fiéis.
Embora o horizonte pareça negro para os homens de pouca fé, para o Cardeal o importante é sermos homens de fé, que recusam toda espécie de composição com o socialismo.
Na China, muitos dos cristãos mais corajosos estão no cárcere.
Mas em determinado dia o comunismo vai cair e esses católicos vão construir uma nova China, disse.
Isso só será possível se eles não perderem sua credibilidade em arranjos com a direção comunista.
Nossa Senhora apareceu em Fátima há exatamente 100 anos e os católicos chineses conhecem bem a sua Mensagem.
Até os comunistas! Exclamou o Cardeal Zen.
Na vida real, os comunistas estão muito preocupados e têm medo de Nossa Senhora de Fátima.
Esse medo adota até formas grotescas. Se, por exemplo, alguém quer introduzir uma imagem de Maria Imaculada ou de Maria Auxiliadora, os comunistas não objetam nada.
Porém, as imagens de Nossa Senhora de Fátima estão proibidas. Porque para os socialistas tudo o que aconteceu em Fátima é “anticomunista”. E, de fato, assim é!
Católicos chineses veneram imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima em Hong-Kong |
O culto a Maria Auxiliadora tem raízes muito antigas em toda a China como fonte de ajuda para as pessoas e, sobretudo, para a Igreja em geral.
Na China atual, o principal perigo é o ateísmo materialista encarnado no socialismo de Estado.
Assim sendo, compreendemos perfeitamente que os comunistas estremeçam de pavor quando ouvem falar de Nossa Senhora de Fátima.
E mais ainda quando os fiéis querem introduzir no culto público alguma das imagens d’Ela, que por certo circulam clandestinamente, estimulando a resistência dos verdadeiros católicos.