O Pensamento de Jesus I

Mt 5, 17-48 ; 6, 1-34; 7, 1-29

Possivelmente Mateus estivesse na sinagoga, quando Jesus proferiu este discurso, e também muitas pessoas que frequentavam o Templo, observando como Ele agia em relação à Lei e o que ensinava.

Os Judeus estavam sob o domínio romano. Situação que os deixava entre a cruz e a espada, tentando respeitar a Lei de Moisés; mas, diante de tantos problemas, foram dando à Lei uma nova interpretação. Assim, aquilo que Moisés ensinara já estava muito deturpado, por isso Jesus iniciou Seu discurso, dizendo: "Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento". Aparentemente parece que Jesus estava mudando os costumes da Lei, mas na verdade corrigia o que o homem modificara.

A Igreja reservou para essa leitura apenas os vv. 43 a 48 do cap. 5 de Mateus, mas é como se cortassem os galhos de uma árvore. Perde-se assim o seguimento do pensamento de Jesus. Para que possamos entender o espírito desse discurso, precisamos voltar ao v. 17 e fazer uma leitura atenta até os cap. 6 e 7.

Os quatro evangelistas falaram sobre esta passagem, mas foi Mateus que colocou exatamente na ordem o pensamento de Jesus sobre a Lei de Moisés e seus preceitos. Assim, dá a entender que estava presente nesse dia, pois entendeu bem o que Ele disse.

Hoje temos, muitas vezes, uma ideia errônea dos ensinamentos de Jesus. Por exemplo, quando queremos um Jesus conservador, nós o fazemos conservador; quando queremos um Jesus socialista, nós o fazemos socialista. Basta querer. Se quisermos um Jesus vingador, nós o fazemos. Mas, por que isto? Porque as coisas de Deus são simples, quem as complica somos nós.

Se o nosso coração estiver puro diante de Deus, entenderemos o que realmente Ele quis nos dizer; caso contrário, daremos às Suas palavras a interpretação que melhor nos convier.

Então, interiorizados, vamos escutar as palavras de Jesus e ver o que realmente Ele pensava. Vamos voltar no tempo, como se estivéssemos naquela sinagoga, ouvindo-o.

Use a imaginação. Jesus está aqui, mas vai falar através de você. (Leia agora: Mt 5,17-48; 6,1-34; 7,1-29).

Quando Jesus terminou de falar, a grande multidão estava admirada com a Sua maneira de ensinar. Ele não era como os escribas e fariseus, discursos com "argumentos longos e complicados, apoiados por muitas citações da Lei. Ele não citava ninguém. Sua própria palavra era apresentada como suficiente".

Jesus dizia: "Ouvistes o que foi dito aos antigos… Eu, porém, vos digo…". Jesus falava e chamava a atenção para o que estava errado, não estava portanto indo contra a Lei, mas procurando suscitar no coração daquelas pessoas o cumprimento da verdadeira Lei, sem as deturpações feitas pelo homem, pelos escribas e fariseus. Mostrava o que Moisés realmente lhes passara inspirado por Deus. Moisés pedira que amássemos uns aos outros. Se amamos, não podemos odiar nosso inimigo, pois quem ama não tem inimigo.

Por isso começa o cap. 5 dizendo que nada da Lei deve ser mudado, não se pode mudar uma letra. "Aquele que violar um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos Céus. Mas aquele que os guardar (praticar) e os ensinar será declarado grande no Reino dos Céus".

Este alerta ainda ressoa hoje. Não podemos aceitar que a verdade seja desfigurada; ao contrário, devemos vivenciá-la no nosso cotidiano, dando testemunho dela.

Há no Evangelho ensinamentos lindos, parábolas, milagres. Mas nessa sequência de Mateus está o pensamento e o caráter do Cristo em toda a Sua essência. Aqui vemos quem é realmente o Cristo.

 

Referência: LOPES, Raymundo. O Pensamento de Jesus I: Mt 5, 17-48 ; 6, 1-34; 7, 1-29. In: LEMBI, Francisco (Org.). O Código Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 79.

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