Jesus caminha sobre as águas – O Retorno de Jesus

Mt 14, 22-33

Ao falar de Jesus caminhando sobre as águas, ao encontro da barca, Mateus refere-se à segunda vinda de Jesus – a Parusia. Estamos presenciando, neste final dos tempos, os sinais e avisos deste acontecimento, com muita clareza.

Podemos, com certeza, mostrar aos que nos perguntarem sobre a volta de Jesus, que os evangelistas falaram muito sobre isto, profetizando que Jesus virá ao encontro de Sua Igreja, como prometeu.

Não vamos esperar Jesus como imaginamos, pois Ele não virá de forma ostensiva, como nos esclarece a Bíblia. Estamos tão acostumados a racionalizar, que esta vinda de Cristo em sua glória soa estranho para nós. Quando Jesus retornar, a apostasia e os problemas ficarão afastados, para que a Igreja caminhe na certeza de Cristo.

O retorno de Jesus será, novamente, um sinal de contradição para muitos. Nós invertemos a história, refizemos Cristo à nossa imagem e semelhança, "recriamos o pensamento cristão".

O homem quis transformar Jesus numa figura meiga, frágil, que não cobra nada, "pensam nele como uma voz, uma presença, um espírito", disposto a perdoar tudo incondicionalmente.

Ao percebermos essa atitude da humanidade, entendemos que estamos no limiar de alguma coisa.

Jesus está chegando ao coração das pessoas. Haverá uma transformação. Quando menos esperarmos, teremos dormido com uma situação e acordado com outra. Devemos esperar um Cristo que vai nos cobrar, pois a vinda de um Deus entre nós significa intervenção no curso da história da humanidade. E a degradação em que se encontra o

mundo, nos dá bem a medida dessa necessidade. Será uma graça, pois esta vinda tem um sentido de restauração, mas se fará "entre dores e lágrimas" e terá um custo elevadíssimo para os impenitentes, para aqueles que não têm coragem de reconhecer o erro e pedir perdão.

Após esta reflexão, vejamos este Evangelho por parte.

"Logo em seguida, Jesus forçou os discípulos a embarcar e aguardá-lo na outra margem, até que Ele despedisse as multidões. Tendo-as despedido, subiu ao monte, a fim de orar a sós."

O barco representa a Igreja, e Jesus faz com que todos os Seus discípulos entrem nele, assumam a Igreja humana. Eles subiram no barco, enquanto Jesus se afasta, subindo ao monte, isto é, aos Céus (ressurreição e ascensão), onde ficará até o final dos tempos. Ele se afasta da Igreja humana, mas permanece conosco pela Igreja divina, através de todos os Sacrários da terra.

Por que pedimos, então: "Vem, Senhor Jesus!", se já o temos vivo nos Sacrários? O grande clamor da Igreja é que o Senhor retorne e assuma também a Igreja humana, não somente a divina, onde permanece.

"Ao chegar a tarde, estava ali, sozinho. O barco, porém, já estava a uma distância de muitos estádios da terra (no meio do mar), agitado pelas ondas, pois o vento era contrário."

No início do final dos tempos, a Igreja de Pedro encontra-se no meio do mar, isto é, no meio do caminho, a "luz do mundo" estará ofuscada pela apostasia reinante; Jesus distante, sozinho, abandonado. As ondas batiam com força no barco, pois o vento soprava contra ele. Quer expressão mais clara do que esta? É evidente que a Igreja de Cristo, atualmente, se sente varrida pelos ventos contrários. Basta ver televisão, ler jornais e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos dentro da própria hierarquia eclesiástica, para perceber que este anúncio evangélico vem como uma terrível onda, que tromba em nosso espírito cristão.

"Na quarta vigília da noite…". Doze são as horas do dia e doze são as horas da noite; e cada uma delas era, naquela época, dividida em quatro partes de três horas cada. Portanto, a quarta vigília da noite, isto é, a quarta parte da noite, ia das três às seis horas da manhã. Ou seja, no final da noite, no final dos tempos, com o vento contrário, com a

barca ameaçada, "Jesus dirigiu-se a ela, caminhando sobre o mar". Jesus vem ao encontro de Sua Igreja. Jesus, na segunda vinda, faz valer Seu poder de um Deus, vindo sobre as águas e não em outro barco. É isto, Jesus estendendo a mão para resgatar a Sua Igreja.

"Depois, nas águas tempestuosas, com o vento ao contrário, estarei a caminho do encontro com minha Igreja. Darei a mão a todos que me reconhecerem e caminharem ao meu encontro, independente de credo ou cultura."

Naquele instante, os discípulos que estavam na barca (na Igreja) não o reconheceram, "ficaram atemorizados e diziam: 'É um fantasma! E gritaram de medo.'" Jesus voltava na glória e seu Corpo glorioso apresentava-se para eles numa situação diferente daquela em que o conheceram. Jesus voltava para salvar a Sua Igreja.

A história se repete. A Igreja de Cristo, nestes tempos, é como a barca de Pedro no meio do mar: no meio do desconhecido, perdida, varrida pelos ventos do materialismo, dominada pela razão. Por isso não reconhece o Mestre, desfigurado por ela própria.

Idealizamos um Jesus da forma que mais nos agrada ou nos convém, interpretando-o ao nosso gosto, aos nossos interesses. Por isso, o que veremos no retorno de Jesus nos assustará, principalmente àqueles que há 2000 anos moldam um Jesus pelas ferramentas de uma "Teologia interesseira".

A misericórdia divina vem ao nosso socorro.

"Mas Jesus lhes disse logo: 'Tende confiança, sou eu, não tenhais medo.'" Nos tempos atuais somos frequentemente alertados sobre esta desconcertante vinda do Cristo, batendo à nossa porta. "Pedro, interpelando- o, disse: 'Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas.' E Jesus respondeu: 'Vem.'"

De Pedro ao último papa, temos uma continuidade de ideias, o papa é um só. O único papa que saiu do Vaticano para falar do Evangelho no mundo inteiro foi João Paulo II, que reconhece Jesus voltando para Sua barca, com o vento contrário e envolvida num turbilhão de problemas; pede ajuda e Jesus o manda vir ao Seu encontro.

"Descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas e foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo o vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!"

João Paulo II abandona a instabilidade da barca vaticana, varrida por ventos maçônicos e carcomida por uma Teologia interesseira, para ir ao encontro do Mestre no meio do mar materializante destes tempos confusos e difíceis. A Igreja afundando nas águas da apostasia e, com ela, 2000 anos de evangelização.

"Jesus estendeu a mão prontamente e o segurou, repreendendo-o: 'Homem fraco na fé, por que duvidaste?'"

– Ó Igreja humana, por que duvidas? Por que te deixaste levar por esta onda massacrante do materialismo? Por que te envolveste, maravilhada, com este progresso sem Deus? Por que não deste conta desta mídia maligna, que tanto corrompe teu coração? Quanto egoísmo e violência tornam este mar revolto. Terá a fé desaparecido completamente?…

– Certamente não estive vigilante, em oração, para enfrentar a força devassaladora de Satanás!

Sim, Jesus está batendo às portas do milênio; e desta vez glorioso, mostrando sua Face Divina.

Quanto susto! Quanto temor! Nós não o reconhecemos. Sua Igreja não o reconhece. Mas, ainda existe esperança!

"Assim que subiram ao barco, o vento amainou. Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: 'Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!'"

Sim, essa é a esperança: voltar à barca, cessar o vento contrário e todos os presentes darem glória e louvor a Deus.

A vinda gloriosa de Jesus não será uma festa, será um sinal de contradição para muitos. Jesus, ao retornar, vai nos cobrar muita coisa. O dilúvio levou muita gente, inclusive inocentes; e agora nós, também, somos réus de muita coisa que se passa neste mundo. O inocente paga pelo pecador.

Não existe um tempo explícito para esses acontecimentos, mas, pelos sinais e avisos, podemos deduzir que o tempo é este. Estamos vivendo no tempo limite. É necessário estarmos preparados, para não sermos pegos de surpresa. Já não haverá mais protelações: a hora chega!

Certa vez me disse Maria Santíssima:

"Vejo, neste final de milênio, a barca de Pedro agitada em seu ápice pelo vento da apostasia. É necessário que todos vocês percebam, nesse mar revolto, a figura calma e tranquila de Jesus, que se aproxima ao encontro de sua Igreja, para lhes trazer a paz.

Tenham fé e caminhem por cima dessas águas da incerteza, do desamor e de toda sorte de injustiças, ao encontro de Jesus. No momento oportuno, mesmo quando a fé estiver mínima sobre a terra, Ele estenderá Sua mão, para que não pereçam nas águas turvas do pecado.

Estou na barca de Pedro para que, no meio desta tempestade promovida pelo vento do materialismo, possa infundir em todos a confiança de que Jesus está a caminho, e nada, nem a incredulidade reinante na terra, poderá deter Sua volta gloriosa, pois isso está previsto e assim se dará.

Quando Jesus retornar, todo vento contrário cessará, e vocês reconhecerão o Filho de Deus em toda a Sua glória."

 

Referência: LOPES, Raymundo. Jesus caminha sobre as águas – O Retorno de Jesus: Mt 14, 22-33. In: LEMBI, Francisco (Org.). O Código Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 229.

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