Na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora orienta Raymundo a entregar os terços de João e Mateus a Joaquim e Manoel. “Receba a graça do Santo Espírito de Deus, para que possa entender o verdadeiro valor do santo sacrifício de Jesus na Eucaristia que está para acontecer”.
15 de agosto de 1994
Na madrugada do dia 9 de agosto de 1994, depois que Nossa Senhora ditou a mensagem Não desejar a mulher do próximo, eu a escutei dizer:
– Leve para a igreja, no dia da Missa comemorativa da minha Assunção, os terços de João e Mateus que estão com você.
– O que a Senhora quer com esses terços na igreja? – perguntei surpreso.
Ela respondeu calmamente:
– Não se impaciente, leve-os e lá você saberá.
A Missa da Assunção de Nossa Senhora estava marcada para as 10 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Por volta das 9 horas os missionários já estavam quase todos lá, vestidos de branco, como tem sido em comemorações solenes.
O andor de Nossa Senhora de Fátima estava muito bonito, enfeitado com flores naturais para a abertura da comemoração. Às dez horas em ponto entramos com ele em procissão, carregado pelos arcanjos e anjinhos, numa demonstração muito bonita e sincera de amor a Nossa Senhora. A Missa começou logo depois, celebrada pelo padre Milton Tavares Silva e concelebrada pelo padre José Celestino. A igreja estava repleta de fiéis.
Na hora do ofertório, atendendo ao pedido da Mãe de Deus, coloquei no altar os terços com as iniciais de João e Mateus. E esperei, rezando. Pouco depois, surpreso, comecei a escutar a voz, pelo que me parece, de centenas de anjinhos. Isto era o sinal da sua chegada. Para que pudesse ter mais tranquilidade, saí discretamente da frente do altar, dirigindo-me para uma das suas laterais.
Estava ainda no ofertório quando, no topo da coluna, do lado esquerdo de onde me encontrava, perto do altar-mor, começou como por encanto a formar-se a imagem da Virgem. Como sempre estava toda de branco, com a costumeira luz aos pés. Ela trazia um lindo sorriso e olhava todos com interesse, como se quisesse distinguir cada um na igreja. Calada, Ela observou a cena por uns dois minutos. Seus olhos brilhavam como cristal, e às vezes como grandes águas-marinhas. Seu rosto também irradiava uma intensa luz. Suas mãos movimentavam com suavidade e harmonia, e eu, perplexo, olhava para a Mãe de Deus sem saber o que fazer ou mesmo o que dizer. Depois desse breve tempo Ela me fitou com suavidade, e disse sorrindo:
– Meu caro e frágil Eduardo, meu frágil Eduardo, ele tem neste momento a minha presença1. Os terços que estão nesta igreja, enviados por ele, devolva-os. Meu filho, você viverá, daqui a instantes, um momento de suma importância com a presença de Jesus na Eucaristia, e a Ele adoramos e bendizemos o seu Nome. Comungue em minha homenagem, para que, fortalecido por este milagre, possa continuar me atendendo nesta Obra. Lhe pedi que trouxesse os terços de João e Mateus. Eu os estou vendo sobre o altar. Agradeço por ter atendido ao meu pedido. Quero que os entregue a Joaquim e Manoel.
Eu, sem esconder a minha surpresa, perguntei:
– Os missionários que cuidam da imagem da Senhora, quando estamos em viagem?
– Eles mesmos. Eu os quero bem estreitados em meu abraço e a este movimento. Esclareça a Manoel que por longo tempo o observo, e sua inquietação o afasta da minha presença. Eu não quero que isto aconteça, portanto o estou colocando em disponibilidade para a minha Obra e peço que ele tenha muita fé em Deus, porque Ele lhe deu uma família abençoada com este propósito. É meu desejo que ele aceite o terço de Mateus e faça-se, como ele, um missionário a serviço de Cristo e da Igreja. O terço marcado com a inicial de João, coloque-o nas mãos de Joaquim, porque a dedicação deste homem, em prol de sua mudança radical, me sensibilizou o bastante para que Eu o escolhesse. Passe a Joaquim o meu contentamento por este esforço de mudança, isto me alegra muito. Se ele preservar neste propósito, seu exemplo arrastará inúmeros homens e mulheres ao seio da Igreja.
– Como estas pessoas poderão ajudar e influenciar na Obra e neste movimento?
– Eu dirijo tudo isso e conheço todos vocês. Até a sua fraqueza e a sua pouca fé me é conhecida. Portanto, sua inquietação não é boa neste momento.
Dizendo isto, Ela olhou de mansinho as pessoas, fixando em algumas mais demoradamente. Depois, com muito carinho, abaixou um pouco a mão direita em direção à sua imagem, que estava no pé do altar-mor, e dela saiu um jato de luz fino e brilhante que bateu na imagem provocando uma pequena explosão. A imagem então ficou, por instantes, toda iluminada, fluorescente.
Depois Ela tornou a me fitar, e disse:
– Receba agora a graça do Santo Espírito de Deus, para que possa entender o verdadeiro valor do santo sacrifício de Jesus na Eucaristia que está para acontecer, e recebam de mim uma bênção e o meu amor por todos vocês.
Em seguida, começou a sumir aos poucos, e percebi que o padre Milton e o padre Celestino iniciavam a oração eucarística.
1 Nesse dia, chegando a Belo Horizonte para este encontro, Eduardo foi levado às pressas, do ônibus em que se encontrava, para o Hospital Santa Rita, no Barreiro. Começava aí o que Nossa Senhora havia predito a seu respeito, quando lhe agraciou com o terço de Tiago.
Referência: LOPES, R. Os terços de João e Mateus, quero que os entregue a Joaquim e Manoel. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 125.
