Nossa Senhora manifesta o desejo de que a imagem que Raymundo segurou nos braços em Fátima seja restaurada e visite residências e hospitais. “As coisas do Senhor bom Deus não são imutáveis, e para que a Obra Missionária caminhe para o reconhecimento, necessitamos fazer agora o que deseja a Divina Misericórdia”.
07 de agosto de 2002
Era o dia 06 de agosto de 2002. Eu chegava do Rio Grande do Sul, aonde fui levar o corpo do padre Rubem Schuch para ser sepultado em Santa Cristina. A manhã era muito bonita, com o céu claro. Por volta das 10 horas, sentado na Pracinha do Triunfo, na minha residência, eu rezava o Terço pensativo. Olhava para a imagem de Nossa Senhora, vendo a água sair de suas mãos, e por vezes murmurava:
– Senhor, o que deseja de mim?… Por que razão me tira as pessoas que amo?… O que devo fazer para não desanimar?…
De repente, uma suave e perfumada brisa passou pelo meu rosto. Senti como que um lenço de seda passando pela minha testa e me acariciando. Olhei para a água e notei que estava diferente, totalmente azul, e a imagem com um brilho intenso. Instantaneamente falei:
– Senhora, está aqui? Esta brisa perfumada é sinal da sua presença?
Passados alguns segundos, escutei perfeitamente:
– Sim, Raymundo, estou aqui. E mais uma vez não me verá, mas o Senhor bom Deus deseja que Eu converse com você.
– A respeito de quê, Senhora?
– A respeito dos últimos acontecimentos. Quero que conheça a vontade do Senhor bom Deus a respeito da minha imagem que você retém guardada.
– Senhora, no dia primeiro achei os olhinhos dentro da âmbula, onde tinha colocado as partículas de Hóstia pisadas que encontrei no chão do Mineirinho depois da Feira Católica. Foi a Senhora que colocou os olhinhos lá, para que eu os encontrasse?
– Foi a Providência com que nos assiste o Senhor bom Deus. Ela fez com que tudo isto acontecesse.
– Por que a imagem ficou sem os olhinhos?
– O Senhor bom Deus não quer que você tenha consciência disso agora. São planos divinos aos quais necessitamos obedecer.
Quis continuar a conversa a respeito dos olhinhos da imagem, mas Ela interrompeu:
– Vamos por parte. Dom Schuch está bem. Aprenderá agora, no plano do espírito, a conhecer com maior clareza a vontade do Senhor bom Deus. Em breve a sua alma inquieta achará calma diante da Divina Misericórdia, e então poderá ajudá-los na constante intercessão dos santos diante do Trono do Altíssimo. Você agora deverá tirar de onde colocou a minha imagem, e fazer voltar, ao lugar de onde saíram, os olhos que a Providência Divina fez com que desaparecessem.
– Como vou fazer isto? Porque observei que os olhos são maiores do que a cavidade por onde saíram…
– Deverá tentar, e irá conseguir, porque isto são planos divinos. Depois, desejo que faça o seguinte: lembra que prometeu que, se a minha imagem retornasse à normalidade, você a encaminharia para visitar doentes nos lares e nos hospitais?
– Lembro, Senhora.
– Então, depois que a normalidade retornar, faça isto, e use da estrutura da primeira pastoral para este serviço.
– A Pastoral da Visita?
– Não é este o nome, da Visita? Então, que seus membros se revezem para que isto seja feito com urgência. Temos pouco tempo. Desejo que realize o que lhe peço tão logo tudo volte à normalidade. E o futuro dará à Obra Missionária as respostas que deseja ter agora.
– E as imagens já existentes?
– Coloque toda a sua energia para que o meu desejo se realize desta forma. Peça aos seus membros que centralizem na imagem que coloquei nos seus braços em Fátima, e faça com que ela visite os doentes. As coisas do Senhor bom Deus não são imutáveis, e para que a Obra Missionária caminhe para o reconhecimento, necessitamos fazer agora o que deseja a Divina Misericórdia.
– Farei o que deseja, Senhora. Farei o possível para atendê-la.
– Que este local seja abençoado.
Dizendo isto, tive a sensação do seu afastamento.
Referência: LOPES, Raymundo. Os olhos de Maria. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o Infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 104.