Os maçons esperam “uma declaração explícita do Papa”.

Catequese

Carlos Estebam.  maçons esperam uma declaração

Infovaticana, 11 de junho de 2018.

[https://infovaticana.com/2018/06/11/gran-comendador-mason-esperamos-una-declaracion-explicita-del-papa/].

Tradução. Bruno Braga.

Em uma reportagem no El País, Felipe Llanes, soberano grande comendador do Supremo Conselho do Grau 33 e Último do Rito Escocês Antigo e Aceito para a Espanha, disse esperar do Papa Francisco uma “declaração explícita” sobre a Maçonaria. Não poderia ter escolhido momento melhor.

O diário El País publica uma reportagem amável sobre a Maçonaria, fazendo com ela o que jamais faria com a Igreja: apresentá-la como boa até o último ponto da narrativa que eles mesmos contam sobre a polêmica irmandade.

Mas o que nos interessa está no final das palavras de Felipe Llanes, soberano grande comendador do Supremo Conselho do Grau 33 e Último do Rito Escocês Antigo e Aceito para a Espanha: “Estamos atrás de uma declaração explícita do Papa a respeito da Maçonaria, que defende a liberdade, a igualdade e a fraternidade”.

Eu aconselharia a dom Felipe a santa paciência, pois as declarações explícitas não são a especialidade deste pontificado, mais dado a usar as palavras para declarações vagas, tautologias morais ou proclamações ambíguas. Sua Santidade parece comunicar-se melhor com gestos, com o que faz e no que se omite.

Por exemplo, não conheço nenhuma condenação explícita contra a Missa para maçons oficiada pelo Arcebispo Metropolitano de Manaus, Mons. Sérgio Castrini. É possível interpretar como um gesto, da mesma forma que o convite aceito pelo Secretário de Estado, Pietro Parolin, para participar da reunião celebrada pelo Clube Bilderberg este ano em Turim.

Recordamos outro dia que a Maçonaria é a instituição humana que mais condenações recebeu da Igreja [1]. Em parte, porque ela mesma teve como uma de suas prioridades a destruição da Igreja, e que até pouco tempo pertencer à Maçonaria era causa de excomunhão automática.

Mas, talvez Llanes não se equivoque ao intuir que o clima está mudando em ritmo acelerado. A Maçonaria há tempos não esconde o seu fervoroso desejo de que a Igreja, a instituição contra a qual combateu ao longo de toda a sua história, tenha à sua frente um pastor que acabe com proibições e anátemas, e inicie uma aproximação com os Filhos da Viúva.

Organismos maçônicos de fato saudaram com esperança a escolha de Francisco, algo que não fizeram com pontífices anteriores. Gustavo Raffi, Grão-mestre da Loja do Grande Oriente da Itália, expressou sua esperança em 14 de março de 2013: “talvez nada voltará a ser como antes na Igreja” – é um dos numerosos exemplos em publicações maçônicas.

Naturalmente, toda esta soma de declarações favoráveis por parte dos maçons não significa outra coisa que uma esperança. O inquestionável é que Francisco, ao longo dos cinco primeiros anos de pontificado, deu destaque a numerosos assuntos que agradam igualmente os “irmãos”, desde a sua confiança na ONU ou o seu apoio explícito a políticas globalistas e os seus ataques contra os católicos “rígidos”, que fazem “da verdade um ídolo”.

NOTAS.

[1]. Cf. [https://infovaticana.com/2018/06/08/un-obispo-brasileno-oficia-una-misa-para-la-masoneria-en-la-amazonia/].

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