Infovaticana, 11 de janeiro de 2018.
Tradução. Bruno Braga.
Em uma entrevista, o Monsenhor Luigi Negri reflete sobre as relações que a Igreja mantém hoje com o terreno e adverte: “Estamos tendendo a negociar com o secularismo para fazer do catolicismo um tipo de elemento de folclore que não perturbe a sociedade ateia”.
(La Gaceta) [1] – Em um contexto no qual a Igreja Católica lança mensagens ambíguas sobre a imigração, o Arcebispo aposentado de Ferrara, o Monsenhor Luigi Negri, se pronunciou sobre esta questão com uma surpreendente veemência. Em uma entrevista concedida para o periódico italiano Libero, o purpurado refletiu sobre as consequências prejudiciais que a imigração em massa poderia gerar para a civilização ocidental.
O Arcebispo de Ferrara rebateu o grande dogma sobre o qual se baseiam as políticas da União Europeia; dogma que se resume na afirmação de que o Velho Continente deve ser o destino de fluxos migratórios em massa: “Não pode simplesmente abrir a porta, como se fosse uma festa” […] “Devemos destacar os custos econômicos, humanos e culturais da imigração”, afirmou.
Além disso, o Monsenhor Negri mostrou-se convencido de que a acolhida em massa de imigrantes constituiria a extinção da Europa como civilização. “Sou católico e, portanto, creio na necessidade de acolher a diversidade. Mas, isso não pode ser algo sem medidas, pois levaria à destruição e ao extermínio de nossa sociedade”, assinalou o prelado, que se distancia do Papa Francisco neste tema.
Neste sentido, o Arcebispo aposentado de Ferrara estabeleceu uma distinção entre o antigo modelo de acolhida de imigrantes e o multiculturalismo de hoje: “Esta não é a forma em que a antiga Europa cristã acolhia elementos de novidade que contribuíam trazendo sua riqueza”.
Assim, o purpurado apontou qual é, no seu ponto de vista, o propósito nocivo que está por trás da promoção da imigração em massa: “Isto serve à economia globalizada, que tem como um dos seus objetivos fundamentais a criação de uma mão de obra imigrante com salários baixos”. Ele acrescentou que outro dos objetivos que guiam aqueles que promovem os fluxos migratórios é o estabelecimento de uma cultura universal; uma cultura que torne o pensamento homogêneo.
A Igreja e o mundo atual.
Em sua entrevista politicamente incorreta, o Arcebispo de Ferrara também refletiu sobre as relações que a Igreja mantém hoje com o terreno. Uma questão que também levou o prelado a exibir uma atitude cáustica, nada complacente: “O Papa Francisco está sendo utilizado pela cosmovisão reinante. Hoje existe uma conivência que impede a Igreja de dizer ‘não’, e que é justamente o que é necessário agora”.
“Estamos tendendo a negociar com o secularismo para fazer do catolicismo um tipo de elemento de folclore que não perturbe a sociedade ateia”, afirmou de forma muito clara o Monsenhor Neri.
Ademais, o purpurado não perdeu a oportunidade de referir-se à verdadeira essência do Islã, que já se tornou o grande inimigo da civilização ocidental: “Mais que uma fé, o Islã é uma lei que se resume no termo Sharia” […] “O Islã não toma a pessoa em consideração. O muçulmano só tem valor nele por causa do contexto social e político no qual vive”, concluiu.
NOTAS.