Bispos alemães aprovam permissão para que protestantes comunguem “em algumas ocasiões”

Catequese

A Conferência Episcopal Alemã votou com “esmagadora maioria” a favor da elaboração de um “guia” para que os cônjuges luteranos possam receber a Sagrada Comunhão em certas circunstâncias.

Infovaticana, 23 de fevereiro de 2018. Conferência Episcopal Alemã – CEA

Carlos Esteban.

[https://infovaticana.com/2018/02/23/marx-ve-positivo-se-permita-comulgar-protestantes-algunas-ocasiones/].

Tradução. Bruno Braga.

Outro passo à frente da Igreja alemã: o Cardeal Reinhard Marx, ainda agitando o seu comentário sobre a benção de uniões homossexuais, qualifica agora como “passo positivo” um guia em que a Conferência Episcopal Alemã (CEA) permitirá ao cônjuge luterano de um fiel católico que comungue.

Porém, “somente em alguns casos”, naturalmente.

O “em alguns casos” está se tornando a estratégia escolhida para fazer os fiéis engolirem a “mudança de paradigma” na Igreja Católica sobre a qual o Cardeal Capich fala.

Voltando à Alemanha, a sua Conferência Episcopal votou com “esmagadora maioria” a favor da elaboração de um “guia” para que os cônjuges luteranos possam receber a Sagrada Comunhão em certas circunstâncias.

Na Conferência de Ingolstadt, na primavera passada, a CEA concordou que o cônjuge protestante de um católico pode receber a Eucaristia após ter realizado “um sério exame de consciência” com um sacerdote ou com outra pessoa com responsabilidades pastorais, após “afirmar a fé da Igreja Católica”, desejar pôr fim a um “grave mal-estar espiritual” e “ansiar satisfazer a fome de Eucaristia”.

Nesta mesma quinta-feira, Marx, presidente da CEA, declarou ao Katholisch.de, o órgão oficial online da Conferência, que tal guia é um “passo positivo”. Claro, após um “intenso debate” para dissipar “sérias objeções”.

Eu não assisti aos “intensos debates” nem sou entendido em teologias profundas, portanto, escapa-me como pode um luterano “afirmar a fé da Igreja Católica” e continuar sendo luterano, a não ser que tal afirmação seja uma fraude – o que não me parece a melhor preparação para comungar. Não sendo católico, não tem a Confissão como um sacramento válido, de modo que tampouco parece fácil encontrar as disposições necessárias para receber o Corpo de Cristo.

Contudo, Marx também se encarregou de esclarecer – ou obscurecer – esse ponto, sublinhando que não se trata de forma alguma de exigir que o cônjuge protestante se converta à fé católica para comungar. Como é possível pedir uma confissão de fé católica sem que isso represente uma conversão à fé católica é outra dessas coisas que devo “discernir” melhor.

E, falando em “discernir”, o verbo está em São Paulo, tratando precisamente sobre essa mesma questão, embora a citação de 1 Coríntios 11, 29 talvez não seja exatamente a mesma da CEA: “Aquele que come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação”.

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