Clérigo maçom recruta maçons

Clérigo maçom

Um clérigo maçom, funcionário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, está utilizando sua posição para recrutar maçons na Cúria Romana, segundo revelaram fontes bem informadas.

 

Religión la Voz Libre, 23 de fevereiro de 2020.

[https://religionlavozlibre.blogspot.com/2020/02/clerigo-mason-recluta-masones.html].

Tradução. Bruno Braga.

Um clérigo maçom, funcionário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, está utilizando sua posição para recrutar maçons na Cúria Romana, segundo revelaram fontes bem informadas.

Católicos indignados pediram a excomunhão do padre Michael Weninger, depois que o Church Militant relatou que o clérigo vaticano, um franco-maçom, publicou um livro de 500 páginas reivindicando desafiadoramente que os católicos poderiam se unir a uma loja maçônica e “certamente não” serem excomungados.

O sacerdote austríaco, que foi declarado capelão maçom de três lojas, lançou sua tese doutoral de 500 páginas no formato popular Loge und Altar: Über die Ausöhnung von Katholischer Kirche und regulärer Freimaurerei (tradução livre: “Loja e Altar: Sobre a reconciliação da Igreja Católica e a Maçonaria regular”).

Weninger afirmou que a confusão sobre se os maçons católicos são excomungados provém de uma contradição entre o Código de Direito Canônico de 1983 – que, segundo ele, eliminou a condenação da Maçonaria contida no Código de 1917 – e uma declaração condenatória da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), também de 1983.

Um especialista em Direito Canônico, no entanto, demoliu a afirmação de Weninger como uma “bobagem”. Falando com o Church Militant, sob a condição do anonimato, o canonista insistiu que “o Código de Direito Canônico da Igreja Católica Romana estabelece que uma censura de excomunhão para os maçons ocorre automaticamente (latae sententiae), conforme o cânon 1364, §1, CIC 1983, pois os maçons constituem uma seita herética, e a Maçonaria universal é um sistema de crenças heréticas”.

O cânon 1364, §1, estabelece o seguinte: “Sem prejuízo do cân. 194, § 1, n.° 2, o apóstata da fé, o herege e o cismático incorrem em excomunhão latae sententiae; o clérigo pode ainda ser punido com as penas referidas no cân. 1336, § 1, ns. l, 2 e 3”.

“Isso resulta claramente da Relatio da Comissão do Código Pontifício, publicada em 1981”, explicou.

“É uma bobagem referir-se à revogação da lei. 2335 CIC 1917 [sobre a “filiação a sociedades maçônicas ou similares”] como uma forma de reabilitar a Maçonaria, porque o cânon 1374 inclusive castiga qualquer católico que esteja registrado como maçom com uma pena ferendae sententiae”. Uma excomunhão ferendae sententiae vem depois de um juízo canônico formal, e é frequentemente um assunto de registro público.

“Portanto, o Código de 1983 prevê duas penas, e não somente a única censura que o Código de 1917 previa”, declarou categoricamente.

Fontes também advertiram que não se deviam fazer no Vaticano declarações bombásticas sobre a posição de Weninger, o que justificaria suas recentes afirmações sobre a compatibilidade entre o Catolicismo e a Maçonaria.

“Weninger aparece na página 1214 do Anuário Pontifício, edição 2019, como “Addetto di Segreteria” (secretário). Não é um membro, nem um superior, ou sequer um funcionário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso. É um funcionário de nível básico”, disse uma fonte.

O especialista também questionou as qualificações de Weninger para tratar de Direito Canônico, uma disciplina muito complexa.

“O doutorado de Weninger é em espiritualidade, ele não tem experiência em Direito Canônico. Suas afirmações de que as crenças da ‘seita maçônica’ são reconciliáveis com o Catolicismo, que os maçons podem receber a Sagrada Comunhão em violação da lei 915 CIC 1983, e sobretudo que os maçons não são automaticamente excomungados são perigosas e insustentáveis”, disse.

O Dr. Taylor Marshall, apologista católico e episcopal convertido ao Catolicismo, disse ao Church Militant que a franqueza de Weninger sobre sua própria Maçonaria e seu livro, que recomenda a religião maçônica aos católicos, são uma prova da infiltração maçônica na Igreja.

Marshall observou a respeito do seu livro, Infiltración: The Plot to Destroy the Church from Within, publicado em 2019, que alguns especialistas da esquerda se apressaram em descartá-lo como “teoria da conspiração”.

“Em menos de um ano vimos novos frutos podres expostos em praça pública desde os detalhes de McCarrick até o culto à Pachamama. Agora temos uma confirmação explícita do que São Pio X nos advertiu: a Maçonaria vive dentro da Igreja como um parasita em seu hospedeiro”, confirmou.

Marshall relatou como “o Papa Pio IX, o Papa Leão XIII e o Papa São Pio X, esses três Papas, falaram abertamente e em documentos magisteriais contra a Maçonaria e as sociedades secretas que fazem guerra contra a Igreja Católica e suas doutrinas”.

Oito Papas, no curso de 200 anos, emitiram 20 interditos legais condenando a Maçonaria, e nunca revogaram nenhum dos pronunciamentos.

Em 2013, o Bispo Yves Boivineau de Annecy, no sudeste da França, suspendeu o padre Pascal Vesin, de 43 anos, por pertencer a uma loja maçônica do Grande Oriente da França. O sacerdote foi destituído de seus deveres ministeriais apenas depois de repetidamente se negar a renunciar à Maçonaria.

Vesin foi declarado maçom por uma carta anônima, enviada à Nunciatura Apostólica de Paris, e foi suspenso por ordem da Congregação para a Doutrina da Fé. Uniu-se à loja em 2001, cinco anos depois de sua ordenação, em 1996.

Em uma amostra descarada de insolência, Vesin fez uma “peregrinação” de 40 dias a pé até Roma, para defender seu caso diante do Santo Padre.

O Papa Francisco se negou a reunir-se com ele e, através de certos contatos na Cúria, Vesin conseguiu apenas uma reunião com o subsecretário da CDF.

O livro dos jornalistas italianos Giacomo Galeazzi e Ferruccio Pinotti, de 2013, descreveu o alcance da infiltração maçônica no Vaticano.

Em Vaticano Massone: Um patto segreto e uma finta inimicizia (tradução livre: “Vaticano maçom: Um pacto secreto e uma falsa inimizade”), os autores questionaram abertamente o Grão-mestre católico Vincenzo Di Benedetto, chefe da Sereníssima Grande Loja da Piazza del Gesù:

“Várias fontes indicam a existência de lojas maçônicas também no Vaticano. Considera possível? Ele respondeu sem hesitar: ‘Sim, absolutamente, independentemente de utilizar o nome [maçom] ou não’”.