Cerimônia da Dormição de Nossa Senhora
Dormição de Nossa Senhora é uma linda cerimônia realizada anualmente, no mês de agosto, na Capela Magnificat. Trata-se de uma descrição atribuída a São João, extraída dos apócrifos, sobre os últimos momentos da Bem-Aventurada na terra, que Raymundo presenciara na Europa em 1982.
Endereço: Alameda Serra da Mantiqueira, 1051 – Condomínio Vila Del Rey – Nova Lima – MG (próximo ao Shopping BH).
Sua origem
Apesar de fazer parte dos apócrifos*, a Dormição de Maria Santíssima é quase um dogma de fé, pois nos ensina a Igreja que a Doce e Serena Senhora subiu aos céus de corpo e alma. Se acreditamos ser Ela a Theotókos – Mãe de Deus – não poderia ser de outra forma, pois certamente o Criador desejou ter a seu lado aquela que foi seu maior projeto, sua obra prima.
Infelizmente, a cerimônia da Dormição de Maria não é popular em nosso país, subtraindo aos brasileiros uma oportunidade única de sentir como é bela a descrição de São João sobre os últimos momentos da Bem-Aventurada na terra. Esta cerimônia nos é apresentada como um drama, onde quase todos os apóstolos e discípulos de Jesus estão presentes, testemunhando como chegaram ali, naquela hora. A vinda de Jesus para buscar sua Mãe é de um lirismo shakespeariano, o qual, somado à narrativa de João, emoldura todo o relato que só é possível entender pelos olhos da fé. A Assunção de Maria, tão cantada em prosa e verso, modelo dos maiores pintores e escultores destes dois milênios de cristianismo, infelizmente ficou esquecida de nós brasileiros. E não sabemos porque.
Esta publicação tem por objetivo ressuscitar essa epopeia cristã, fazendo de nós, ao participarmos dela, personagens atuais desse drama entre Deus e o diabo, entre a fé e a razão. Ao publicar este maravilhoso relato, quis trazer a público aquilo que presenciei na Europa, em 1982, e que me deixou fascinado, porque naquela noite de 14 de agosto, na pequenina cidade italiana de Arezzo, Toscana, vi pelos olhos da fé a Doce e Serena Senhora tomada de um profundo sono material, para um eterno despertar no Céu.
Me senti um dos apóstolos, um dos discípulos de Jesus. Me senti personagem da maior demonstração de amor de um Deus para com nossa humanidade, onde, por misericórdia,
escolheu uma de suas filhas para distingui-la com a coroa da pureza, sem pecado original.
Viver a Dormição de Maria é adormecer com Ela, para acordar com o divino; é deixar nossa dura realidade para passear com a Bem-Aventurada pelas pastagens verdejantes do paraíso.
É mais do que propício dizer: Rogai por nós, santa Mãe de Deus! Porque, na condição de sem pecado, somente Ela detém o poder de pedir a Deus por nós. É com um profundo – Assim seja! – que lhes ofereço essa maravilhosa experiência de fé, que me levou a acreditar que, se Deus teve uma mãe na terra, com certeza o teremos como irmão, pois somos todos filhos de uma mulher: Maria, o elo entre o Céu e a terra.
Raymundo Lopes
* Apócrifo – do grego apókryphos – Obra religiosa destituída de autoridade canônica; livros sagrados, não canônicos (Dic. Houaiss). São considerados não inspirados na sua totalidade, o que não exclui, portanto, a autenticidade de parte. Tanto assim que esta cerimônia faz parte da liturgia bizantina. João Paulo II, de 1978 a 2005, participou da Cerimônia da Dormição juntamente com o patriarca ortodoxo copta Shenuda III.