Mais uma vez Nossa Senhora aparece a Raymundo na capela do Colégio Monte Calvário. “Chegou o momento de colocar em prática tudo que recebeu dos mensageiros. Eu lhe darei meios para isto. Faça com que todos conheçam o conteúdo das mensagens e vivam-no. Muitas almas serão resgatadas através das mensagens angélicas”.
02 de abril de 1993
Aniversário de Santa Virgínia Bracelli, fundadora da Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário
Cheguei à capela do Colégio Monte Calvário por volta das 16:30 para rezarmos o Terço. A capela estava cheia. Durante o segundo mistério, comecei a pressentir que Nossa Senhora chegava, pois percebi uma luminosidade diferente no altar. Imediatamente me preparei para recebê-la. Houve uma suave explosão de luz acima do altar, e Nossa Senhora irrompeu do meio dela. Ela estava vestida de branco, e como sempre com a luz branco-azulada aos pés, como uma estrela. Tinha os braços levemente abertos.
– Que a paz resida no coração de cada um de vocês – Ela disse. – Que o Espírito Santo os ilumine.
Com um semblante austero, a Senhora contemplava um por um na capela, como na última aparição.
– Volto a este lugar para que saibam do meu propósito de alertá-los sobre o Mal. Entreguem o coração a Deus com sinceridade, para que Eu possa ajudá-los.
Depois Ela voltou o olhar novamente para mim:
– Você receberá de um país distante doze terços, que estarão nomeados com os nomes dos apóstolos. Você deverá distribuí-los de acordo com as minhas instruções, em datas que revelarei mais tarde.
– O que significa isso, Senhora? Por que esses terços? – eu perguntei.
– Você será orientado no tempo propício; confie em mim. Chegou o momento de colocar em prática tudo o que recebeu dos mensageiros. Eu lhe darei meios para isto. Faça com que todos conheçam o conteúdo das mensagens e vivam-no, para que o que ali está contido seja o remédio de muitos males. Muitas almas serão resgatadas através das mensagens angélicas. Minha proteção está assegurada a quem, com toda a confiança, rezar o Terço, jejuar, confessar, assistir à Missa e comungar nas primeiras sextas-feiras do mês, trazendo consigo o símbolo com o qual você foi agraciado no dia 13 de outubro1. Filhas e filhos queridos, vocês serão marcados com o sangue do Cordeiro, para que não caiam em tentação. Confie esta tarefa à minha comunidade do Monte Calvário. Eu assistirei a cada um que, com todo o coração, a divulgar. Da árvore plantada por Virgínia outras crescerão e produzirão frutos com o que lhe passo hoje.
– Senhora, devo então publicar o que recebi dos anjos?
– Faça com que todos saibam; é o momento exato. A serpente negra ficará acuada diante deste símbolo. A pomba da paz será resgatada das mãos negras do grande dragão e alçará voo por toda a América Latina se o meu pedido for atendido.
Após uma breve pausa, Ela continuou:
– Quero que você compreenda uma coisa. Venha até mim.
Fiquei surpreso com a ordem, mas logo reuni todas as forças para levantar-me no torpor do êxtase. Depois caminhei na direção de Nossa Senhora, que pairava sobre o altar a cerca de dois metros de altura, brilhando como um cristal cortado pela luz do sol.
– Mais perto… mais perto… – Ela seguia me indicando, enquanto eu me aproximava aos poucos. – Isto. Agora levante a sua mão direita.
Eu ergui minha mão quase à altura de seus pés.
– Agora toque em mim – Ela disse.
Eu, então, devagarzinho, toquei os pés da Virgem, como Ela pedira. Mal conseguia acreditar no que estava acontecendo. Eu estava tocando os pés de uma pessoa que viveu há 2000 anos, e que naquele momento pairava viva diante de mim, falando comigo.
No momento em que toquei os seus pés aconteceu algo inesperado. Toda aquela explosão de luz em que Nossa Senhora se encontrava envolta desapareceu. Ela ficou como se fosse uma pessoa igual às outras, e a única diferença é que permanecia suspensa no ar, sem a nuvenzinha aos pés. Eu via todos e tudo à minha volta. Não era mais um êxtase, onde eu não percebia nada senão a Virgem. Já não era uma visão como sempre descrevo, sentindo-me transportado ao seu mundo.
O manto de Nossa Senhora era como uma nuvem. Eu tinha a sensação de que, se o tocasse, a minha mão o traspassaria sem esforço algum. Seus grandes olhos já não me pareciam castanhos irradiando uma luz azulada, mas azuis, e me fitavam. Seu rosto, com um leve sorriso, estava levemente inclinado para baixo. Eu sentia os seus dedos, as suas unhas e o macio da sua pele ao tocá-la um pouco mais acima dos dedos. O calor que irradiava era de uma pessoa viva. Quando as pessoas me perguntavam como era Nossa Senhora, eu respondia que era um espírito de luz, uma energia etc. Por mais que eu queira descrever este momento, é impossível. Não há como passar às pessoas a verdadeira sensação deste toque.
– O que você está sentindo? – Ela me perguntou.
– Estou sentindo que a Senhora é uma pessoa real.
– Então diga a todos que Eu sou uma pessoa real.
Eu ainda lhe tocava os pés, quando Ela disse:
– Fiquem em paz, e confiem no Sagrado Coração de Jesus e também em mim. Eu os amo muito; não os deixarei sozinhos em nenhum momento. Rezem pela paz.
Neste instante retirei a mão dos seus pés, e Ela sumiu. Foi como se me sugassem todas as energias. Se não fosse o amparo da minha esposa na hora, eu teria caído. Alguns minutos depois, todos na capela puderam sentir o suave perfume de rosas que se desprendia da minha mão direita, a mesma que havia acabado de tocar o pé de Maria Santíssima.
Referência: LOPES, Raymundo. Faça com que todos conheçam o conteúdo das mensagens e viva-os. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o Infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 40.