O Bispo Erwin Kräutler, verdadeiro inspirador do Instrumentum laboris do Sínodo da Amazônia, e membro do seu conselho preparatório, tem declarado a sua esperança de que o Sínodo traga uma reformulação integral do sacerdócio e também a ordenação de diaconisas.
Infovaticana, 17 de julho de 2019.
Carlos Esteban.
Tradução. Bruno Braga.
O Bispo Erwin Kräutler, verdadeiro inspirador do Instrumentum laboris do Sínodo da Amazônia, e membro do seu conselho preparatório, declarou nos últimos dias a sua esperança de que o Sínodo traga uma reformulação integral do sacerdócio e também a ordenação de diaconisas.
Kräutler falou recentemente para a cadeia de televisão austríaca ORF e em uma conferência. Em ambas, ele assegurou que ordenar diaconisas poderia ser o primeiro passo para que mulheres acabem sendo sacerdotisas da Igreja Católica, informou o LifeSiteNews.
“O fato é que nossas 800 paróquias [refere-se à Diocese do Xingu, no Brasil, da qual é Bispo emérito] são dirigidas por leigos, e dois terços inclusive por mulheres”, ele disse. O sacerdote “vem apenas duas ou três vezes por ano, o que considero um escândalo”. Essas paróquias têm a Liturgia da Palavra, mas não a Sagrada Eucaristia. “Se dois terços dessas paróquias são dirigidas por mulheres, por que elas não podem também obter a ordenação e presidir aos domingos a Sagrada Eucaristia? Deve um homem [sacerdote] vir e afastar a mulher, apesar de ela dirigir a paróquia com competência e muita empatia?”
Questionado sobre a natureza da ordenação que tinha em mente, Kräutler respondeu: “pelo menos o diaconato feminino, isso é o que esperamos no Sínodo da Amazônia. O primeiro grau das ordens sagradas. E logo o veremos”.
Kräutler considera realista esse cenário, confiando que o Papa deixará a decisão nas mãos dos Bispos individualmente ou das conferências de Bispos. Quando o jornalista perguntou a ele por que, ao longo do seu trabalho como Bispo do Xingu, havia tão poucas vocações em sua Diocese, o prelado austríaco respondeu que “a verdadeira razão é o celibato”. Ele explicou que ordenou “alguns sacerdotes”, mas metade deles deixou mais tarde o sacerdócio por causa do celibato.
Kräutler, que não tem dificuldade para imaginar sacerdotes casados no Ocidente em um futuro próximo, define-se como um teólogo da libertação, e afirma que este enfoque é “intimamente bíblico” (?). Trata-se de “ajudar os pobres e os excluídos”.
Em sua recente palestra em Dornbirn, Áustria, Kräutler assegurou que a prova para saber se o Sínodo foi ou não um sucesso será o diaconato feminino. “Na Igreja temos um acima e um abaixo. Isso não é o que Jesus quis dizer. Jesus emancipou as mulheres”.