Após ditar a mensagem semanal, Nossa Senhora instrui Raymundo sobre a sua conduta na Obra Missionária. “A Obra Missionária é uma predestinação celeste entregue a você, e tudo deverá correr conforme os planos divinos. O que lhe passo é direcionado para durar séculos, e irá influenciar toda a Igreja Latino-Americana”.
02 de junho de 1996
Após o dia 13 de maio de 1996, tenho ficado apreensivo com o que escutei de Nossa Senhora sobre a Obra Missionária. Tenho consciência das minhas limitações, e francamente não sei como Ela poderá atingir toda a América Latina. Além do mais, a maior interessada, a Igreja Católica, tem procurado me desacreditar.
Sinto no coração que devo permanecer mais em Belo Horizonte, mas esbarro no modo de pensar do padre Rubem Schuch, que insiste que eu viaje com ele, inclusive nos dias de mensagens, para fazer pequenas palestras em locais distantes. Já tentei falar com Nossa Senhora a esse respeito, mas o seu silêncio me deixa sem ação. Escrevi uma carta ao padre Rubem expondo a situação, mas pouco adiantou. Esta semana ele me apresentou um extenso programa de viagens pelo qual eu estaria em locais distantes em quase todos os dias de mensagens.
Nesta noite fiquei sozinho para receber a mensagem, não obstante a insistência do padre Rubem para que fosse precedida de uma vigília.
Após ditar a mensagem, Nossa Senhora falou:
– Meu filho, perscruto o seu coração e o sinto preocupado e apreensivo. Deus permite agora este diálogo. Você deseja falar comigo?
– Sim, desejo falar com a Senhora sobre a Obra Missionária.
– A Obra Missionária é uma predestinação celeste entregue a você, e tudo deverá correr conforme os planos divinos. Mesmo esses percalços deverão ser enfrentados com o olhar fixo na Providência Divina. O que lhe passo é direcionado para durar séculos, e irá influenciar toda a Igreja Latino-Americana. Tudo o que Eu lhe disser agora estará também incluído nestes planos.
– Mas, Senhora, me ajude pelo menos com algumas palavras, porque não posso errar nestes últimos meses que faltam para o dia 11 de fevereiro.
– Até o dia 11 estará em suas mãos o destino da Obra Missionária. Depois, os anjos do Céu descerão à Terra para conduzi-la, conforme já estabelecido. Ela tomará uma proporção enorme a partir do direcionamento dado por você nestes meses que faltam. Procure manter os pequeninos especiais1 unidos. Isto é muito importante, porque Satanás unirá suas forças malignas para tentar persuadi-los a abandonar o caminho já percorrido, utilizando de amor próprio ferido, incredulidade, desavenças de ordem moral etc. É a luta da Mulher contra o dragão, e sobre você pesa a responsabilidade desta contenda. No plano divino, o meu Coração triunfou; resta agora o reflexo deste triunfo tomar conta da Igreja humana, e isto, por ordens celestes, está em suas mãos.
– Acho que não vou dar conta disso não!… Por favor, saio ou não saio com o padre Rubem todo este tempo que ele insiste?
– Vou lhe contar uma história que o ajudará a discernir. Existia num local uma igreja, e em frente a ela moravam dois homens. Um dia eles combinaram de plantar em frente à igreja duas árvores, cada um plantando a de sua preferência. O primeiro escolheu uma árvore de natureza frágil, mas que fornecia flores em abundância. Ficou meses e meses escolhendo um local adequado para plantá-la, cavando em volta da igreja uma infinidade de covas, e sempre mudando de lugar, no cuidado exagerado de colocá-la no melhor local, em frente à igreja. Ao cabo dos meses necessários para a sua fixação na terra, esse homem a mantinha nas mãos, sempre à procura deste local feliz para a sua arvorezinha. Mas ela, devido à insuficiência de solo fixo, perdeu as forças e morreu sem dar as flores para as quais Deus a tinha destinado. O outro homem, tendo apenas em mente cumprir o combinado, tratou logo de escolher uma árvore robusta. Escolheu de imediato um local próximo à igreja, plantou-a, e somente tinha o cuidado de regá-la todos os dias. À beira dessa igreja a árvore do homem criou raízes profundas, impossíveis de serem arrancadas. O homem da árvore morta então procurou seu companheiro e lhe disse:
“Como pode ser isso?… Você pouco trabalho teve, escolheu uma árvore simples, de pouco ornamento, e hoje ela faz sombra na porta da igreja. Por que Deus permitiu que esta, que escolhi com tanto carinho, que daria flores em abundância, para cujo desenvolvimento tive o cuidado de procurar um local adequado, morresse nas minhas mãos? Acho isto injusto”.
“Também acho. Aos nossos olhos isto parece injusto, mas percebo que Deus colocou nas nossas mãos um elemento que deveria criar raízes, e isso tinha um tempo certo. Você é que não deu oportunidade à sua árvore, destinada a dar flores, de se enraizar. Por isso ela morreu nas suas mãos”.
“Acho que aprendi a lição. Vamos então plantar mais duas árvores, porque agora sei como proceder”.
“Agora é impossível, respondeu o homem da árvore que já tinha se enraizado, porque o tempo que Deus nos deu foi o suficiente somente para o primeiro plantio, e a árvore já plantada tem agora raízes suficientes para se manter de pé e fornecer sombra para toda a área defronte da igreja”.
– O homem da árvore que deveria dar flores se afastou então desanimado, com um vazio no coração, por não ter plantado logo sua árvore. Você entendeu o que quero lhe dizer com esta história?
– Acho que sim, que devo ser prudente e fixar a Obra Missionária perto da Igreja e regá-la todos os dias.
– Sim, isto é necessário, o que não lhe impede que viaje. Mas faça isso com ponderação, caso contrário estará agindo como o homem da árvore que deveria dar flores em abundância.
– E com o padre Rubem, como devo agir?
– Dom Schuch tem o caráter de Pedro. Representa para você a Igreja humana, onde meu Coração está triunfando. Com o tempo ele aprenderá a plantar a sua árvore, caso contrário estará fadado a se afastar com um ramo seco nas mãos. Você tem o caráter de João, pelo qual Deus lhe revela o segredo do plantio. Seja forte, e escolha logo o local onde plantar a sua árvore. Isto é uma graça que está predestinada a você. Faça uso dela, e participe do triunfo do meu Coração no plano divino.
– Sempre que estou falando o padre Rubem insiste em falar sobre trevas e purificação. Além daquilo que a Senhora me autoriza, sei que não devo falar sobre essas coisas, porque a Senhora me disse que devo dizer somente aquilo que foi autorizado, e sobre este assunto não fui autorizado a falar. Percebo o padre Rubem falando e fico preocupado, principalmente quando ele insinua datas. Como devo agir?…
– Deixe esses assuntos para Garabandal e Medjugorje. Você está direcionado a uma obra evangelizadora para os tempos que se aproximam, e o Céu não o autoriza a abordar assuntos proféticos. Limite-se a colocar em público somente o autorizado.
– Mas a carta “Final de Milênio” toca por alto no assunto…
– Sim, somente até ali, somente o autorizado.
– Por que então a Senhora me fala desses assuntos, se não posso colocá-los em público? Por que então tenho que ficar sabendo?
– Para que possa ter um conhecimento prévio do Céu, quando todas essas coisas começarem a acontecer. Muitas delas você verá na Terra. O restante, você não estará mais na carne, mas em espírito. Deus assim o deseja.
– Mas o padre Rubem não para de falar nessas coisas. Como faço para que ele se cale, porque a Senhora sabe que não é nada disso…
– Deixe Dom Schuch. Saberei, no tempo certo, como aliviar o seu coração dessas coisas. Entende agora por que a Obra Missionária está nas suas mãos até o dia 11 de fevereiro?
– Acho que sim, Senhora, mas devo confessar que estou apavorado…
– Eu estou ao seu lado, e os anjos do Céu concorrem para lhe dar forças para esta tarefa, equilibrando a influência maligna que paira sobre a sua cabeça. Não tenha medo; estou atenta, pedindo a Deus por você e por todos que compõem o meu movimento na Terra.
Dizendo isto, escutei os anjinhos cantando, sinal de que Ela tinha ido embora.
1 Nossa Senhora escolheu doze “pequeninos especiais”, a quem agraciou com terços com as iniciais dos apóstolos e de quem Ela esperava uma maior dedicação à Obra Missionária.
Fonte: O Terceiro Segredo – A Vinda de Jesus, p.83.