O arcanjo visita Raymundo na Capela Magnificat. “Preste atenção. A doce Senhora já o alertou sobre muitas coisas que acontecerão precedendo a volta de Jesus, e tudo está acontecendo conforme Ela alertou. Agora, você tem apenas que formularizar (sic) isso como informação pública. Sua obrigação é somente tornar público. Só isto”.
12 de outubro de 2005
No dia 12 de outubro o Francisco Lembi foi passar o dia na minha residência da Vila del Rey. Depois do almoço, eu, a Geny e o Francisco fomos passear no córrego que passa no fundo do quintal. Ele é muito bonito, corre por entre paisagens ricas em detalhes, com lindas samambaias, flores, pássaros…
Quis mostrar ao Francisco o local exato onde costumo sentar para admirar a natureza e onde o “menino” me falou pela última vez, mostrando-se como um pequenino pássaro azul.
Em dado momento uma borboleta azul passou voando perto de nós. O primeiro a notar foi o Francisco. Em seguida ela sumiu no meio da mata. Mais adiante voltou, voou por mais tempo e bem próxima, passando algumas vezes por entre nós e pousando perto de mim. Eu percebi que era o menino querendo me chamar a atenção. Inicialmente procurei não falar nada. Tentei pegá-la, mas ela saiu voando. Foi quando comentei:
– É o menino, é o menino!…
Na volta, já quase terminando o passeio, ela surgiu uma terceira vez, rapidamente. Deparamos também com um pequenino pássaro. Um canarinho do campo, que cantava pulando de galho em galho, sem se assustar com a nossa presença tão próxima.
Depois do passeio, quando conversávamos na varanda da minha residência, a borboleta passou voando em frente à capela. E o Francisco exclamou:
– Olha lá a borboleta de novo… Não será o anjo?
– Hoje ele deve aparecer aqui – eu respondi.
À noite, lá pelas nove horas, fui à capela rezar o Terço. Ao entrar, vi que o menino estava sentado me esperando. Ele vestia um moletom azul, quase marinho. Com os pezinhos descalços e as perninhas balançando no ar, brincava com uma bolinha azul, jogando-a no chão. A bolinha rebatia e voltava para a sua mão. Fiquei atrás dele, reparando como brincava e se divertia.
De repente, parece que ele ficou um pouco maior, pois as perninhas já encostavam no chão. Então ele se pôs de pé e virou para mim:
– Vocês brincam com o mundo, e o Senhor Deus desaprova isto.
– O que você está fazendo aqui? Você era aquela borboleta que voava em volta de mim hoje à tarde?
– Sim, era eu mesmo.
– Por que então não apareceu ao Francisco e à Geny?
– Porque tenho ordens para vir até você, somente você.
– Eu não brinco com o mundo…
– Tem observado os sinais da natureza, que nada mais são do que os sinais do Senhor Deus?
– Tenho visto muitas catástrofes que assustam, mas acho que são caprichos da natureza, sempre aconteceram e acontecem a todo instante. A diferença é que hoje temos uma comunicação mais ampla, e essas notícias chegam depressa ao conhecimento público. Me desculpe, mas não vejo nisso sinais de um Deus desaprovando a humanidade…
– Como você acha que isso poderia ser feito?
– Deus se mostrando a todos e falando diretamente.
– Já imaginou isso acontecendo?
– Francamente, não.
– Então por que se deixa levar por situações que não conhece, e se as conhece não dá a devida importância?
– Pode me dar um exemplo do que conheço como sinais de Deus?
– Jesus foi o sinal concreto de Deus para a humanidade. E vocês creram nele?
– Não. Ao contrário, o crucificamos.
– Então por que acha que agora Deus deva falar com vocês diretamente?
– Está bom… Só falei, não falo mais. Me desculpe.
– Preste atenção. A doce Senhora já o alertou sobre muitas coisas que acontecerão precedendo a volta de Jesus, e tudo está acontecendo conforme Ela alertou. Agora, você tem apenas que formularizar (sic) isso como informação pública.
– Você está falando do livro?
– Do livro e de muitas outras coisas que a doce Senhora lhe pediu. Sua obrigação é somente tornar público. Só isto.
– Acho que isso não vai adiantar nada. Como eu, com um pequeno livro no Brasil, em Belo Horizonte, posso mudar a opinião de milhões e milhões de pessoas no mundo inteiro, de raças e línguas diferentes?…
– Daniel, Daniel… já o alertei: não chame sobre si o descontentamento do Senhor Deus, e nem coloque a doce Senhora como um simples instrumento de uma revelação a você sem importância e sem continuidade.
– Eu não desejo de forma alguma ofender a Deus ou a Nossa Senhora, mas imagine o meu lado. É difícil acreditar que isso possa dar resultado.
– Eu não imagino nada, somente Deus e a doce Senhora podem imaginar o andamento das coisas. E elas devem ser feitas assim. Ele começou então a jogar a bolinha no chão, fazendo-a repicar.
E eu disse:
– Por que você faz isso?
No mesmo instante apareceu no ar uma mão, na qual ele colocou a bolinha. Essa mão levou a bolinha até o rosto do Cristo crucificado, que tenho na entrada da capela, e uma lágrima saiu do rosto de Cristo caindo na bolinha. O menino então disse:
– Jerusalém! Jerusalém!1
Eu fiquei boquiaberto com a cena. Fechei os olhos por alguns instantes, e quando o abri o menino tinha ido embora.
1 Mateus 23, 37-39: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados. Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha recolhe os seus pintinhos debaixo das suas asas, e não o quiseste! Eis que a vossa casa vos ficará abandonada, pois Eu vos digo: não me vereis, desde agora, até o dia em que direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”
Referência: LOPES, Raymundo. Uma borboleta azul: Jerusalém, Jerusalém!. In: LEMBI, Francisco. O Terceiro Segredo: A Vinda de Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2005. p. 155-156.