O documento assinado em Bogotá por teólogos envolvidos na preparação do Sínodo da Amazônia leva ao extremo o sincretismo para muitos aparente no Instrumentum laboris e propõe uma Igreja em ruptura com tudo o que o antecede.
Carlos Esteban.
Infovaticana, 04 de setembro de 2019.
Tradução. Bruno Braga.
O documento assinado em Bogotá por teólogos envolvidos na preparação do Sínodo da Amazônia, e em resposta ao mesmo, leva ao extremo o sincretismo para muitos aparente no Instrumentum laboris e propõe uma Igreja em ruptura com tudo o que o antecede.
O documento com o título Rumo ao Sínodo Pan-Amazônico: desafios e contribuições a partir da América Latina e do Caribe [1] foi elaborado no último mês de abril. Ele é o resultado de um encontro em Bogotá de teólogos de duas organizações que promovem a Teologia da Libertação, Amerindia e REPAM, informa o LifeSiteNews [2]. O Instrumentum laboris faz referência explícita à reunião de Bogotá como parte do processo preparatório do Sínodo [3].
Não há uma única religião verdadeira, e as religiões não cristãs podem levar à “salvação”. Essas são algumas das conclusões do documento publicado por teólogos participantes da preparação para o Sínodo da Amazônia e que exaltam as tradições religiosas pagãs dos índios amazônicos. Um exemplo: “Falta dialogar com outras confissões religiosas, com outras racionalidades, com outras cosmovisões (126), o que implica o passo ‘do exclusivismo intolerante a uma atitude de respeito, de aceitar que o cristianismo não tem o monopólio histórico da salvação’. Isto é, uma mudança de paradigma que se concretize ao assumir que ‘a cristandade latino-americana foi substituída por uma pluralidade de culturas e espiritualidades’ (128), permitindo uma aproximação respeitosa junto ao mundo multi-étnico, multicultural e multi-religioso que oferece o mapa das religiões amazônicas para pensar uma teologia e uma espiritualidade indígena”.
O documento redefine a Eucaristia como um ato simbólico da comunidade, ataca o sacerdócio hierárquico do Novo Testamento, enquanto pede às autoridades eclesiásticas que abram a possibilidade da ordenação de sacerdotisas para “superar uma perspectiva patriarcal”, sugerindo uma oração que se refere a Deus como “Pai e Mãe da vida”.
Estas são algumas das propostas concretas para a evangelização da Amazônia:
– Acolher e apoiar a teologia indígena, afro-americana, feminista e a ecoteologia, como suporte para a configuração de uma Igreja com rosto próprio;
– Criar novos ministérios, em especial para leigos e leigas, sobretudo fora da comunidade cristã, na defesa e promoção da vida e de uma ecologia integral;
– Formar um clero próprio, com rosto amazônico, segundo o perfil das culturas locais;
– Superar estruturas e modos de organização da Igreja que não somam para a sinodalidade eclesial, como o clericalismo, o paroquialismo, o universalismo de movimentos eclesiais e o isolamento de algumas igrejas locais.
– Garantir a celebração da Eucaristia aos domingos nas comunidades eclesiais com a ordenação de presbíteros casados.
– Estabelecer a oportunidade de ordenação de mulheres ao diaconato e a criação de outros ministérios próprios, conforme as necessidades da igreja local.
NOTAS.
[1]. cf. [http://www.amerindiaenlared.org/uploads/adjuntos/201906/1561426087_4WMcHytf.pdf].
[3]. cf. [https://infovaticana.com/2019/06/17/el-sinodo-de-la-amazonia-estudiara-ordenar-a-hombres-casados/].