O grupo missionário se reúne na Capela Theotókos para um momento de adoração, conforme o desejo de Jesus. Durante as orações, Raymundo Lopes tem a visão de uma tentativa frustrada de assassinato do papa João Paulo II.
03 de julho de 2001
Depois do Terço na Basílica de Lourdes, fomos para a Capela Theotókos, conforme combinado.
A capela estava cheia. Pedi ao Raimundo Nonato que fizesse as orações, porque eu sabia que algo iria acontecer. Pouco depois que começaram as orações, passei a me sentir leve, como se estivesse flutuando. Era uma sensação agradável.
De repente, vi uma sala toda branca, com piso claro e janelas com venezianas brancas. No centro tinha uma maca com uma escadinha na lateral. Havia pouca luz, o suficiente apenas para iluminar a pessoa que estivesse na maca.
Vi então entrar um senhor idoso, de pijama branco, caminhando com muita dificuldade amparado por dois rapazes. Ao lado deles vinha um sacerdote de batina preta, óculos e cabelos escuros, de meia-idade. Ao se aproximarem da maca, reconheci que esse senhor idoso era o papa João Paulo II.
Eles então fizeram sinal à Sua Santidade para que subisse pela escadinha e deitasse na maca. O sacerdote mantinha o olhar vigilante. Começaram a massagear o peito do papa, usando uma massa que parecia gelatina incolor. Ele gritava de dor e se contorcia todo, e um dos rapazes tentava a todo custo abaixar-lhe as pernas para que não atrapalhassem a massagem.
Havia um pequeno aparelho ligado a três grossos fios, que terminavam numa espécie de bola metálica. Era intenção deles fazer essa bola deslizar naquela massa gelatinosa colocada no peito do papa. Eles confidenciavam muito, numa língua que eu não entendia.
Depois disso, notei que no canto da sala havia mais três homens, mas que não eram vistos pelos que estavam ali. O primeiro, mais velho, tinha barba e cabelos bem grisalhos e desalinhados, mãos grandes e nodosas. Aparentava mais ou menos setenta anos de idade. O segundo, um pouco mais novo, tinha cabelos e barba mais escuros, mãos grandes e um pouco mais delicadas. E o terceiro, mais novo ainda, com cabelo grisalho, sem barba e mãos mais finas. Os três estavam de túnica branca.
No momento em que os rapazes fizeram rolar a bola metálica no peito do papa, cada um desses três homens pegou em um dos fios, parecendo reter parte significativa da energia que iria passar ali, evitando assim que atingisse Sua Santidade. Eles tentaram por diversas vezes, e entreolhavam-se sem entender o que estava acontecendo. Foi quando então ouvi uma frase em português:
– Parem, não deu certo! Saiam logo daqui!
Os rapazes saíram do recinto e ficaram discutindo, quase se agredindo fisicamente, numa sala contígua.
Vi então entrar na sala, por outra porta, uma senhora que me pareceu ser uma freira. Ela amparou o papa com a ajuda desse sacerdote, e o levaram para fora da sala.
Escutei o papa dizer algumas coisas em italiano, sobressaindo uma frase:
– Padre, è giunta l’ora1.
Em seguida, comecei como que a fazer uma viagem de volta, quando então percebi que o grupo missionário havia terminado as orações e observava admirado que a cruz encimando a custódia na qual estava exposto o Santíssimo havia se curvado acentuadamente.
Estou convicto de que as nossas orações evitaram a morte do papa.
Deus seja louvado!
1 “Pai, chegou a hora”, em italiano.
Referência: LOPES, R. Segunda Tentativa: Dia de São Tomé. In: LOPES, R. O Terceiro Segredo: A Vinda de Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2005. p. 111-112.