Após ditar a mensagem “Sejam testemunhas do amor e da misericórdia”, Nossa Senhora instrui Raymundo a lutar pela reza do Terço na Basílica de Lourdes. “Se esse pequeno forte, que é a basílica, for conquistado, a vitória irá se alastrar em toda a América Latina. Todas as igrejas abrir-se-ão às manifestações do meu Coração Imaculado”.
11 de abril de 1995
Após ditar a mensagem Sejam testemunhas do amor e da misericórdia, Nossa Senhora me disse:
– Meu filho, defenda a basílica1.
– Mas, Senhora, eu fiz o que pude e de nada adiantou. O coração do arcebispo está endurecido; ele não aceita que esse Terço seja ligado às minhas conversas com a Senhora.
– Se esse Terço fosse apenas um impulso seu, você obteria este resultado na basílica?
– Acho que não, porque não teria forças para rezá-lo durante todo esse tempo. E o padre João2 não iria permitir isso de jeito nenhum.
– Você entende que o que fiz foi apenas para uma mortificação sua ou o resultado desse intenso trabalho para a promoção de mudanças radicais no meio religioso em que vivem?
– Francamente, estou entendendo que é para uma mortificação minha.
– Para isso Eu não formaria um exército em torno de você. Sua mortificação é o resultado, e não o objetivo. Eu conheço muito bem o coração de João e Serafim, e conheço também a verdadeira história de Lourdes e Fátima. Portanto, quero-os em batalha contra o Mal. Vocês não entenderam as minhas palavras durante todo esse tempo, e isso me entristece.
– O que devemos fazer então, uma guerra contra o arcebispo e o padre João?
– Existem meios para se ganhar uma batalha, e Eu lhes dei o melhor: a verdade. Eles não a têm, porque se escondem dentro de si mesmos, eles que não são nada mais do que um poço de mentiras e interesses pessoais. Quero meus pequeninos generais3 disponíveis em campo. Aquilo que promoveram na basílica, façam-no agora em caráter nacional e entreguem à CNBB.
– A Senhora está falando do abaixo-assinado?
– Isto mesmo.
– Mas ele me disse que não dá importância a isso, porque qualquer criança que estivesse nascendo hoje estaria assinando aquele documento.
– Ele não dá, mas a voz da opinião pública irá falar às autoridades eclesiásticas. Assim agi em Lourdes e Fátima.
– Com abaixo-assinado?
– Não. Outros meios, mas com a mesma finalidade: mudar o estado de coisas reinante na Igreja.
– Nossa Senhora, a Senhora está promovendo uma guerra, e eu prometi obedecer ao arcebispo.
– Você prometeu e irá cumprir, mas os meus pequeninos não.
– Por que a Senhora quer a basílica?
– Eu não quero a basílica, quero vocês. Aquele local é apenas um pretexto. João e Serafim defendem seus interesses com argumentos já consagrados na Igreja, mas que não são válidos para comprovar as minhas manifestações a vocês, porque quem as comprova é Deus.
– Bom, isso eu não entendo, porque teologia e história religiosa são um emaranhado inacessível à minha inteligência.
– Deus o escolheu porque viu em você a determinação necessária para promoção dessas mudanças. Não o desaponte. Se esse pequeno forte, que é a basílica, for conquistado, a vitória irá se alastrar em toda a América Latina. Todas as igrejas abrir-se-ão às manifestações do meu Coração Imaculado. Sejam o meu exército na Terra, mansos e humildes, mas caminhando sempre em direção da conquista da verdadeira justiça que é a vivência do Evangelho. Se não fosse a determinação dos apóstolos, vocês não teriam as palavras de Jesus, escritas e colocadas para serem vividas no mundo todo. Meus filhos, Eu não os abandono; portanto, não abandonem o meu comando. Abra a Bíblia e leia o que vou lhe mostrar.
Abri a Bíblia e li: “Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não descansarei até que a sua justiça brilhe como aurora e a sua salvação como facho brilhante” (Isaías 62,1).
1 Basílica de Lourdes, em Belo Horizonte.
2 Padre João Batista Megale, pároco da Basílica de Lourdes.
3 Os doze “pequeninos especiais”, agraciados com terços com o nome dos apóstolos, e de quem Nossa Senhora esperava uma dedicação especial à Obra Missionária.
Referência: LOPES, Raymundo. Defendam a Basílica. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o Infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 65.
