O controle forçado da natalidade na China ‒ que ficou mais conhecido como política do filho único ‒ impediu nascer quatrocentos milhões de seres humanos, havia calculado em declarações ao jornal italiano Avvenire o dissidente chinês Harry Wu, diretor da Laogai Foundation, exilado em Washington.
Calculando em termos materialistas, o regime detectou grave diminuição da mão-de-obra e afrouxou a despótica pressão e admitiu a possibilidade de um segundo filho, com condicionamentos.
Mas, o sistema continua impedindo as nascenças que não se encaixam na programação estatal socialista.
E continua aplicando métodos coercitivos e brutais como aborto e esterilizações feitas com violência, como narrara Wu antes da suposta "humanização" da política populacional.
Nas zonas rurais é muito forte o desejo de ter uma família numerosa, mas essa aspiração não é tolerada. A mídia, toda oficial, não informa os abusos da polícia.
Chen Guang Chen, um advogado cego que deu assistência legal às vítimas da campanha de esterilização forçada no condado de Linyi, em 2005, foi condenado por isso mesmo a quatro anos de cárcere.
Em 2011 conseguiu fugir à vigilância policial e se refugiar na embaixada dos EUA. Acabou obtendo vistos para ele, a mulher e dois filhos e agora ensina na Universidade Católica.
Estes crimes e violações dos direitos humanos são bem conhecidos no Ocidente, acrescentou Wu.
Porém, os simpatizante ocidentais da filosofia socialista de Pequim tentam “encobrir” o problema espalhando que abortos e esterilizações são voluntárias, o que é absolutamente falso, segundo o histórico testemunho de Wu.
Wu se mostrou surpreso pelo fato de o controle demográfico chinês não ter produzido reações nos EUA.
E, não só nos EUA. O caso evidencia os obscuros liames que ligam a filosofia anti-vida no mundo comunista e nos nossos países. Ainda hoje em pleno 2017.