Tire a Medalha do pescoço

Lúcifer ganha um prazo para provar a fidelidade de Raymundo a Nossa Senhora. Por este motivo, Raymundo é levado a retirar a Medalha Missionária do pescoço. Apesar de alguns danos, a prova é vencida. “Estou presente para agradecê-los pela fidelidade. Mantenha o meu sinal no seu pescoço”.

25 de novembro de 2008

Era uma manhã muito bonita. Eu estava no jardim lá pelas 9 horas, preparando-me para o Terço das 17 horas na Basílica de Lourdes. Lembrava-me dos papéis que tinha encontrado meses antes sobre almas do Purgatório que viveram na Terra séculos atrás, fato que me havia marcado muito. Ao ver aberta a porta da casinha, onde o anjo certa vez escrevera RWMNI, resolvi entrar. E lá dentro estavam os três “meninos” brincando, cada um com um novelo de linha, nas cores azul, vermelha e amarela.

Ao me verem, atiraram-me os novelos, e aconteceu que as cores se embaralharam, formando uma espécie de teia. Essa teia me envolveu, e fiquei preso nela. Eles então começaram a me puxar pelas pontas das linhas, levando-me para fora do portão da minha residência. Pareciam fazê-lo em tom de brincadeira.

Lá fora estava um homem elegante, de toga azul-marinho, do tipo que juízes usam em tribunais, e com um sapato muito reluzente.

Ele me olhou e disse:

– Seus protetores trouxeram-no para fora!

Eu fiquei olhando para o homem, sem entender nada. Aí perguntei:

– Quem é você?

– Eu?… Tenho nome, mas não desejo falar sobre isso. O importante é que fizeram o que pedi, logo aqueles em quem você confia tanto. Que chato, não é?…

E a cena sumiu diante dos meus olhos.

25 de dezembro de 2008

Era Natal. Na véspera, tínhamos feito uma homenagem ao Menino Jesus. Neste dia eu estava no jardim, quando vi o “menino” de azul brincando com uma borboleta também azul. Cheguei perto dele, e ele me pediu que apanhasse a borboleta para ele.

Corri para apanhá-la, mas ela foi se afastando, até que me vi na rua, perto do homem de toga azul-marinho. Assustei-me, e ele me disse:

– Já é a segunda vez que o encontro aqui fora. Estou ganhando!…

A cena sumiu, e não entendi nada.

25 de janeiro de 2009

Neste dia eu estava arranjando flores para a capela, quando chegou perto de mim o “menino” de amarelo. Ele me pediu que apanhasse para ele um lindo girassol que tinha crescido do lado de fora da minha residência. Eu, sem pensar, fui. E novamente encontrei o homem de toga azul-marinho.

Ele me disse:

– Olha, já somam três vezes os nossos encontros.

A cena sumiu, e continuei não entendendo nada.

25 de fevereiro de 2009

Na véspera, havia rezado o Terço na Basílica de Lourdes.

Neste dia, eu quis ir ao portão para encontrar o Bidu, o meu cachorro, quando vi o “menino” de vermelho. Ele me pediu:

– Pegue esse passarinho para mim.

Tentei pegar o passarinho, mas ele voou para fora do portão. Eu caminhei na sua direção, quando, do lado de fora da residência, vi o homem de toga azul-marinho. O passarinho pousou no seu ombro. Ele apenas me olhou e saiu andando para o lado de cima da rua. Não vi mais nada, e a cena desapareceu.

25 de março de 2009

Vi os três “meninos” brincando perto do portão da minha residência. Eles estavam de mãos dadas, formando uma barreira que não entendi. Minutos depois, tudo desapareceu.

25 de abril de 2009

Neste dia, sentado ao computador, escrevia algumas coisas, quando da varanda vi os “meninos” acenando para mim, para que eu descesse.

Eles me levaram para fora de casa, perto do homem de azul-marinho e sapato reluzente, que me disse:

– Fui autorizado a lhe mostrar muitas coisas que perturbaram seu espírito. Isto me foi dado no primeiro dia (25/11/2008). Fui autorizado a fazer com que a sua saúde se agravasse e o levasse a duvidar de toda e qualquer proteção que lhe é oferecida; e isto me foi dado na segunda vez (25/12/2008). Fui autorizado a lhe criar problemas, muitos problemas de ordem emocional e outros problemas advindos do dia-a-dia; e isto me foi dado na terceira vez (25/01/2009).

– Por que isso? – perguntei.

– Lembra-se quando a Mãe de Jesus lhe pediu que tirasse do pescoço a Medalha que Ela lhe deu? Naquele dia pedi a Ela que me desse um tempo para lhe mostrar outras coisas, e minha tentativa está sendo provar que você lhe é fiel porque recebe muito dela. Mas, quando coisas contrárias começassem a lhe acontecer, você mudaria de posição.

– O que Ela lhe respondeu? – perguntei.

– Ela respondeu que confiava em você e, com a permissão do Todo-Poderoso, Ela deixaria que isso acontecesse.

Tudo sumiu, e me vi sozinho no jardim.

25 de maio de 2009

Era madrugada. O padre René Laurentin estava na minha residência. À noite, ao descer para ver se estava tudo bem com ele, deparei-me surpreso com os três “meninos” na porta do seu quarto.

– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei.

– A mando da Bela Senhora, estamos de prontidão na casa para impedir que esse homem que está a lhe mostrar coisas contrárias a Deus e fazendo com que coisas contrárias a Deus proliferem no seu corpo não interrompa o diálogo que deve haver entre o Céu e este sacerdote. Isto a Bela Senhora não deseja.

– Ela permitiu que ele entre aqui em casa?

– Deus ofereceu a Ela a prova da sua fidelidade. Entretanto, Ele não permite a outros este penhor da graça, porque você é o escolhido dela para anunciá-lo.

E tudo sumiu repentinamente.

25 de junho de 2009

Estava em minha casa. Pela manhã, entrei na Capela Magnificat para procurar algumas partituras de músicas, que estariam na capelinha onde se encontram os contornos de Nossa Senhora na parede.

Havia me abaixado, quando percebi uma brisa perfumada e uma mão passando pela minha cabeça. Voltei-me assustado pensando ser a Bá, quando vi que era Maria, a Mãe de Jesus, acariciando os meus cabelos e balbuciando coisas que não entendi.

Em seguida, Ela me disse:

– Deixe isso para depois. Sente-se aos meus pés, desejo falar com você.

Eu, assustadíssimo e sem jeito, acomodei-me no chão, perto da cadeira onde Nossa Senhora estava. Completamente sem ação, não conseguia pensar em nada. Fiquei perplexo com a presença dela naquela hora, naquele lugar e passando a mão sobre a minha cabeça. Senti perfeitamente a mão da Mãe de Jesus nos meus cabelos.

Ela então continuou:

– Estou acompanhando você de perto há alguns meses, e, atendendo a um pedido de Jesus, pedi que tirasse do pescoço a minha Medalha, que nada mais é do que o meu sinal para que Lúcifer não se acercasse de você. No próximo dia 25 você terá à porta da capela Lúcifer, na pessoa do homem que você tem visto. Não lhe responda, não argumente, não dê a ele a chance de falar. Você é inteligente, e saberá o que ele pretende, saberá distinguir os seus intentos. Não afrouxe, porque isso é uma prova que Deus permite, e eu confio na sua fidelidade. Você já ganhou muitas provas às quais foi sujeito, mas nada será como esta, porque envolve coisas importantes para você.

– Que coisas, Senhora?…

– A sua saúde, a sua perspicácia, a sua situação financeira, e posso lhe acentuar: até a sua fraqueza em pensar que pode resolver tudo sozinho.

– Eu não faço isso!…

– Faz sim. Você é teimoso e teima em achar que basta eu falar com você para lhe dar segurança. Isto não procede, somente Deus é a sua segurança, somente Deus pode mudar o curso da história.

– O que faço, então, com esse homem?…

– Faça valer a sua inteligência e dê atenção somente ao que vai acontecer na capela, nada mais. Se você realizar a proeza de fazer Lúcifer sentir que você me é fiel, Deus me permitirá falar-lhe durante a reza do Rosário. Se você me ouvir durante a reza do Rosário é o sinal de que Lúcifer perdeu, e poderá depois voltar a usar a Medalha.

Dizendo isto, voltou a passar a mão sobre a minha cabeça. Disse algumas coisas numa língua que não entendi, e sumiu.

25 de julho de 2009

Faltava uma hora para o Rosário na Capela Magnificat, quando, olhando da janela, vi entre as pessoas o homem de azul-marinho. Ele me pareceu querer entrar na capela, mas a porta estava fechada.

Desci, cheguei perto dele, e ele me disse:

– Me convide para entrar.

– De jeito nenhum, aqui é a casa que Nossa Senhora escolheu e que Jesus escolheu para nos encontrarmos, e sei muito bem o que deseja.

– O que desejo?

– Deseja que eu seja responsável pela sua presença aqui dentro.

– Muito inteligente, muito inteligente… – ele respondeu.

E depois continuou:

– Como vai de saúde?… Como vão as dívidas?… Como vai o seu compromisso com o Poderoso?…

– Vai bem, obrigado – respondi.

E entrei na capela, porque o Gilmar estava iniciando o culto. Durante o Rosário, na hora do terceiro mistério luminoso, que seria rezado pelo José Paulo Almeida, de Curvelo1, escutei Nossa Senhora me ordenando: “

– Vá e reze.

Eu, sem refletir, saí. Ajoelhei-me e rezei o mistério.

1 Este senhor, já idoso, teve receio quando foi anunciado. Por isso pediu à esposa que fosse no seu lugar. Ela, por sua vez, hesitou em ir. Neste ínterim, Nossa Senhora interveio:

 – Vá e reze.

Durante as Ave-Marias, Ela me disse:

– Você está sendo tentado com a permissão de Deus; não perturbe o seu coração e nem esmoreça. Não pude fazer nada para livrá-lo desses ataques. Fale com os que frequentam esta capela: a todos aqueles que se curvarem diante do meu Filho e responderem as preces a mim dirigidas nesta Capela, ouvirei com atenção o que me pedem. Está preocupado com o que está escrito. Dê graças a Deus, este é o começo².

2 Nossa Senhora aqui fala do livro Toca-me, Senhor!, escrito pela missionária Giselda Maria Venâncio de Andrade, que Raymundo ali deixara aguardando o que o Céu lhe falaria a respeito, antes de enviá-lo para a gráfica.

Comentário de Raymundo

Há quase um ano, sinto que estou exposto a situações que me afligem: saúde abalada, condição financeira instável, dívidas enormes, acidentes de carro, assaltos etc. Isso sem contar inúmeras situações envolvendo missionários, que abalam o meu espírito.

Tenho mantido a calma, mesmo porque sei que esta Obra Missionária, por decisão do Céu, terá de enfrentar o reino deste mundo. Orientado por Nossa Senhora, tenho evitado levar esses problemas aos missionários, porque, segundo Ela, se assim não fizer corro o risco de provocar uma visão distorcida relativa ao sofrimento, o que o Diabo com muita astúcia usaria como isca para os seus intentos.

Sei da eficácia da Medalha Missionária, pois é um símbolo de Maria que incontestavelmente repele Lúcifer: “a serpente negra ficará acuada diante deste símbolo;” “aos marcados com este sinal, as tentações do mal não terão sucesso”. Portanto, quando Nossa Senhora me pediu para tirar do pescoço a Medalha, obedeci, sabendo que a partir daquele instante estaria exposto às investidas demoníacas.

Face a essa situação, intensifiquei a Bênção de São Bento na Capela Theotókos, procurei estruturá-la de tal forma que formasse um conjunto de orações específicas, reunindo a bênção leiga das águas e das velas, na tentativa de criar no grupo uma barreira eficaz que pudesse amenizar esses problemas que, eu sabia, iriam se agravar.

Quando Maria Santíssima me comunicou que desejava estar comigo na Capela Theotókos e que preparasse para Ela um momento, obedeci imediatamente, pedindo ao grupo missionário que criasse um clima favorável à entrada da Mãe de Jesus.

Quando Ela me pediu para estar conosco com as velas acesas e que eu procurasse fazer com que os missionários também dirigissem, de forma completa, a Bênção de São Bento, isto é, que eu desse a todos a oportunidade de realizar a cerimônia, entendi que Ela estava assim me induzindo a não faltar para com a minha confiança em Deus, a levar o grupo a participar cada vez mais e a ter a certeza de que, apesar da presença sempre maior de Lúcifer, Maria também me fazia sentir, naquelas noites de terças-feiras, que estava comigo e com o grupo.

Quando, em 3 de fevereiro de 2009, aconteceu o diálogo “Uma porta”, em que o Diabo queria entrar na Capela Theotókos, vi com clareza que teria de impedi-lo. Isso apesar de Maria ter deixado para mim a decisão, embora sob a condição de que ele seguisse o caminho que Ela seguiu e muitos de nós seguiram e irão seguir, ou seja, passar pelas três passadeiras: azul, amarela e vermelha. Percebi também que as 84 cartas enviadas ao Vaticano estavam intimamente ligadas a este assunto.

Em resumo, quando vi Lúcifer na porta da Capela Magnificat, no dia 25 de julho de 2009, com aquela toga azul-marinho, percebi ser a mesma do diálogo “Uma porta”. Diálogo esse que estava intimamente ligado à situação que eu enfrentava desde 7 de outubro de 2008, isto é, dez meses sem a proteção da Medalha com a qual Maria impedia ao Diabo entrar no domínio da Obra Missionária.

No dia 3 de fevereiro de 2009, o Diabo quis entrar na Capela Theotókos, com a minha permissão. Antes, porém, pediu aos anjos para que o deixassem entrar. Eles olharam para mim, como se eu tivesse o poder de autorizá-lo a vir até a Mãe de Jesus. Em seguida esse homem me fez sinal para que eu o permitisse entrar.

No dia 25 de julho de 2009, eu voltaria a encontrá-lo na porta da Capela Magnificat. Mas Nossa Senhora, no dia 25 de junho, já me havia alertado para o seu intento: “Me convide para entrar”.

É um jogo com o príncipe deste mundo, em que Maria tem de ganhar para que possamos receber Jesus no final de tudo isso. É fácil confiar em Deus; o difícil é Deus confiar em nós.

25 de agosto de 2009

Eram 5 horas da manhã do dia 25 de agosto de 2009. Tendo perdido o sono, resolvi ir à varanda que tenho perto do meu quarto. De lá, vi o Bidu, o meu cachorro, solto, e o portão aberto. Desci para prendê-lo e fechar o portão, mas ele correu para a rua. Fui atrás, e deparei-me com ele encurralado em um canto, com uma expressão estranha. Ao chegar perto, ele rosnou para mim, coisa que nunca fez, o que me estranhou.

Neste momento, ouvi um barulho às minhas costas. Virei-me para verificar o que era, e em seguida já não vi mais o Bidu. No seu lugar estava o homem que desde novembro de 2008 me atormenta nos dias 25 do mês.

Ele me disse:

– Hoje termina o prazo concedido pelo Poderoso para que eu tenha a oportunidade de testar a sua fidelidade à Mãe de Jesus. Mas o meu prazo ainda se estende até o momento em que o sol não fará sombra sobre a sua cabeça.

– Na hora do Rosário1? – perguntei.

– Como quiser. Mas no momento em que o sol não faça sombra sobre a sua cabeça.

– Por que faz isso comigo? Nunca lhe fiz mal nenhum.

– Mal?… Eu sou o que você pensa de mal; portanto, eu e o mal somos a mesma coisa. Você me ofende quando pratica o bem.

– O que é o bem para você?

– Tudo aquilo que não é mal – ele respondeu.

– Por favor, vá embora. Eu não gosto de você!

– Mas eu gosto de você! – ele disse sorrindo. Vou lhe dar três presentes hoje.

– Eu não quero presente seu – repliquei.

– Tudo bem. Mas já está determinado para que isto aconteça. Eu o atingirei na basílica, que tanto defende; eu o atingirei em uma dívida, que terá de pagar; e, por fim, eu lhe tirarei uma herança de Dom Schuch.

– Não faça isso, porque estará atingindo os missionários – argumentei. Atinja a mim, se é isso que deseja.

– Em você coloquei desde o princípio uma degeneração física que o Poderoso tem que aceitar como parte do acordo.

– Eu não tenho medo de você!

– Sei que não tem, mas sentirá a minha resposta nos últimos momentos em que termina o prazo para que volte a colocar no pescoço o sinal da Mãe de Jesus.

Dizendo isto, desapareceu.

Na hora do Rosário, percebi que era um dia atípico, porque caiu numa terça-feira. Portanto, eu tinha obrigação na Capela Magnificat, na Basílica de Lourdes2 e também na Capela Theotókos3.

Resolvi cumprir os meus compromissos do dia. Rezei o Rosário na capela, rezei o Terço e ajudei na Missa da basílica e, por fim, fui à Capela Theotókos para o Momento Missionário.

Ao meio-dia iniciei, com o grupo missionário, o Rosário na Capela Magnificat.

No terceiro mistério glorioso, escutei Maria Santíssima falar:

– Raymundo.

Respondi:

– Fale, Senhora.

– Desejo que sorteie o terço da flor beneditina4, e o ganhador reze o último mistério do meu Rosário.

– Farei isto, Senhora.

– Desejo também que promova a minha entrada antes, para que eu tenha oportunidade de elevar preces a Deus, nesse momento.

– Farei isto, Senhora.

– Pode colocar agora o meu sinal no seu pescoço, porque o prazo termina.

– Não foi no último dia 25?

– Não, no último dia 25 eu fiz com que a sua fidelidade suplantasse os intentos de Lúcifer. Mas, até hoje, há poucos minutos atrás, a sua força maléfica ainda atuava sobre você. Terá dissabores que não pude evitar, mas estarei evitando maiores males, porque isto Deus me concede. Terá um dia difícil. Não peça ajuda a ninguém, até depois de nossa conversa nesta capela.

– Que ajuda?… Não sei do que a Senhora está falando.

 – Saberá – Ela respondeu.

Terminado o Rosário, fiquei sabendo que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte estava interditando a casa do padre Rubem, e que a Geny providenciava um caminhão para retirar de lá o que pudesse.

Depois, na hora do Terço na Basílica, pude observar, perplexo, o sacerdote detonando o nosso Terço, falando em alto e bom som que a prática do Terço nas terças-feiras nada tinha a ver com Maria Santíssima.

Pouco depois, tive de enfrentar uma senhora tendo um ataque histérico, porque tropeçara num fio de microfone do som que toda terça-feira instalamos na basílica. Quando olhei atentamente para aquela senhora, verifiquei que tinha o mesmo sorriso do homem dos dias 25, e que estava vestida de traje social azul-marinho. Percebi, assustado, que era Lúcifer dentro da basílica.

Falei então com ela:

– Por que faz isso?

Ela respondeu:

– Você não colocou aqui dentro, com o intuito de proteção, o sinal da Mãe de Jesus; farei deste lugar um lugar de contendas entre você e os sacerdotes, entre você e os seus. Não colocou na casa do padre o sinal dela, com o intuito de proteção; farei daquele local um caminho para perdas significativas. E depois deixou-me livre para agir a respeito da telefonia; você pagou caro por esse deslize. Enquanto tive o prazo, agi, e a Mãe de Jesus tem pouco a ajudá-lo. E quanto à Capela Theotókos, estou indo para lá! Lá a minha força não tem meios de agir.

Falando assim, retirou-se rindo.

Ao sacerdote, eu não respondi; à dívida de telefonia, darei um jeito de arranjar o dinheiro para pagar (e foi paga, com a ajuda dos missionários); da casa do padre, com a ajuda da Geny, salvei os livros e as imagens de Nossa Senhora Aparecida, que estavam prontas para o Encontro Missionário de outubro deste ano, e, no dia seguinte, com a ajuda de Geny e de alguns missionários, pude ainda salvar quase tudo que restava lá.

Na Capela Theotókos, do local onde se guarda o Santíssimo, escutei Nossa Senhora dizer, no momento em que cantamos para a sua entrada:

– Muito obrigada, o Senhor fará muitas coisas em você. Espere-me fora deste recinto, porque estou presente para agradecê-los pela fidelidade. Mantenha o meu sinal no seu pescoço.

Saí da sala do Santíssimo e fui receber Nossa Senhora juntamente com os missionários que participavam do Momento Missionário.

 

1 A Obra Missionária promove a reza do Rosário todo dia 25 do mês, na Capela Magnificat.

2 Terço rezado às 17 horas das terças-feiras.

3 Momento Missionário na Capela Theotókos, após a Missa das 18 horas na Basílica de Lourdes, também às terças-feiras.

4 Irmã Margarida.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Tire a Medalha do Pescoço. In: LEMBI, Francisco (Org.). Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Magnificat, 2010. p. 108-117.