Cinco testemunhos

Raymundo ouve cinco testemunhos de almas que foram resgatadas do Purgatório pelas orações dos missionários na Capela Magnificat. “Não posso explicar o que foi este sofrimento, muito diferente de tudo. O Purgatório é um mundo de tormento, é terrível, nada em comparação com o que vocês possam pensar”.

25 de fevereiro de 2009

Hoje eu estava na sacristia da Capela Magnificat, onde fica a cadeira de Nossa Senhora, quando Ela me disse:

– Por intermédio do Deus Altíssimo, que me possibilita a graça de fazer chegar a você o resultado das orações dos missionários nas Missas da Capela Magnificat e em outras Missas, se isto for feito, faço o obséquio de permitir que algumas almas que foram beneficiadas falem a respeito.

 Uma dessas almas me disse:

– Minha alma não podia afastar o pensamento de que eu estava longe de Jesus, apesar da opressão que sentia. Sentia-me acabrunhada com tal peso, e num instante percebi, com mais claridade do que nunca, o que é a santidade de Deus e como Ele se aborrece com os nossos erros. Vi Maria Santíssima me esperando, e Ela falou-me: “Você está aqui comigo graças aos méritos de que disponho para a Obra Missionária”. Vi, como num relâmpago, toda a minha vida diante de mim, desde a minha primeira confissão até o dia de hoje. Tudo estava presente, os meus pecados, as graças que recebi. Não há expressão que possa dizer a confusão que senti nessa hora em que fui arrebatada de volta a Jesus.

Outra alma me dizia:

– A minha alma deixou-se cair num abismo cujo fundo não se pode ver, pois é imenso! Imediatamente ouvi outras almas se regozijarem, vendo-me ser arrebatada dos meus tormentos. Ouvia aqueles gritos horríveis. Mas creio que nada é comparável em dor à sede de maldição que se apodera de uma alma condenada a se ver afastada de Jesus. Quando eu estava na Terra, a minha alma ficava cheia de dor diante das blasfêmias que eram dirigidas a Maria, Mãe de Jesus. Mas não fazia nada, deixava as coisas acontecerem. Deus permitiu que eu visse o Inferno com seus longos corredores, cavidades, fogo. Vi formas corporais como a minha, num tormento interminável. Elas gritavam: “Você está aí e nós aqui; éramos livres e não fizemos nada para nos salvar”. Então fui empurrada, senti como se quisessem arrancar os meus membros. Não podia mover os membros do corpo, porque ele fica como que achatado e dobrado ao meio. Tudo isso senti quando fui arrebatada ao encontro de Jesus. Sua Mãe Santíssima me disse: “Você estás sendo arrebatada devido às orações na Capela Magnificat”. Estava no Purgatório, e agora me vejo reconhecida e amada por Deus. Não posso explicar o que foi este sofrimento, muito diferente de tudo. O Purgatório é um mundo de tormento, é terrível, nada em comparação com o que vocês possam pensar.

Uma terceira alma me disse:

– Estive no Purgatório um pouco menos do que hora e meia, para expiar algumas faltas de confiança em Deus, e fui arrebatado por meio das orações de vocês, na hora da Missa na Capela Magnificat. É verdade que sempre o amei muito, mas com certo temor. É verdade também que o julgamento de uma alma é de Deus, e não de vocês. Aqui fui aprender que é preciso ter durante a vida, imensa confiança na sua misericórdia e crer que Ele é bom para todos. Quantas graças perdemos, se não temos bastante confiança nele.

Outra me disse:

– Estive no Purgatório e fui arrebatada pelas mãos da Mãe de Jesus. Ela lhe permitiu saber o motivo do meu perdão. Foram as orações de vocês na Capela Magnificat que me possibilitaram essa graça. O meu Purgatório seria longo, pois não aceitei a vontade de Deus e nem fiz aquilo que me era possível para minorar o sofrimento das pessoas. Obrigada por contribuírem para me livrar das penas do Purgatório.

Neste momento, vi Nossa Senhora.

– Daniel, veja e escute.

Uma quinta alma, então, falou-me:

– Depois de um longo sofrimento no Purgatório, a minha alma atravessou uma espécie de angústia tal que pensei que estava tudo perdido, que eu não retornaria nunca a ver Jesus. Todas as faltas da minha vida terrena apresentavam-se aos meus olhos de maneira impressionante, e eu estava paralisado de fazer o menor ato de confiança e amor. Eu experimentava com frequência estas impotências com as quais o demônio tentava me paralisar e desesperar. O sofrimento era tão vivo que a minha estadia naquele lugar parecia não ter fim. De repente, vi a uma certa altura a Mãe de Jesus com a cabeça resplandecente de luz. Empreendia esforços para alcançar a minha mão, mas as minhas mãos pareciam atadas. Ela então me disse: “Escute, é preciso que você seja ainda purificada no amor. Abandone outro desejo senão o de cumprir com a vontade de Jesus; pois bem sabe que Ele a ama. O que pode querer mais? Estou aqui porque estão rezando por você na Capela Magnificat. Venha, alma bendita, pois você está sendo arrebatada antes da hora prevista, porque rezaram por você. Nada lhe dá tanta paz do que nessa hora em que você está sendo arrebatada desse lugar, por ter renunciado a si mesma para fazer a vontade de Deus”.

As almas que eu via não me davam a distinguir sexo e nem se suas vozes eram femininas ou masculinas. Eram vozes que às vezes pareciam distantes e às vezes incrivelmente perto. Tinha a impressão de que me falavam de um túnel, provocando eco.

Elas movimentavam-se de um lado para outro, parecendo boiar em alguma coisa. Não tinham roupas, cabelos etc., mas uma aparência humana disforme. Às vezes pareciam ter um olhar grande, outras vezes não. As mãos formavam-se diante de mim, querendo me tocar, me abraçar, mas uma barreira invisível as impedia.

A cada tentativa de uma aproximação maior, eu dava um passo atrás, com receio, e elas então recuavam.

Quando surgiu Nossa Senhora, Ela estava nítida, mas as almas não. Uma delas, lembro-me, era um padre. Ela tentou me tocar, eu senti um calor enorme e me afastei. Ela procurava chegar perto de mim, e eu me afastava cada vez mais, até que ficou um espaço onde ela não chegava a mim e eu não conseguia ir ao seu encontro. Pareciam ser feitas de água; eram transparentes, com formas gelatinosas. Às vezes tombavam, quase caíam, porque não tinham como se apoiar, mas logo se recompunham.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Cinco Testemunhos. In: LEMBI, Francisco (Comp.).Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Magnificat, 2010. p. 82-84.

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